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Ensaio clínico estuda células estaminais na recuperação de doentes após AVC

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) está entre as principais causas de degradação da qualidade de vida, pois muitos dos sobreviventes permanecem durante muitos anos em situação de incapacidade grave. Por esta razão, tem havido um grande investimento no desenvolvimento de novas terapias que possam minimizar as sequelas de AVC e melhorar a qualidade de vida destes doentes. Embora as estratégias existentes de momento sejam limitadas em termos de eficácia, estão a ser testados novos tratamentos, com base em células estaminais, que podem vir a ajudar na recuperação destes doentes. Segundo os estudos pré-clínicos publicados, as células estaminais mesenquimais, que se podem obter a partir de medula óssea, cordão umbilical ou tecido adiposo, estão entre as mais promissoras para utilização em medicina regenerativa em contexto de AVC.

Recuperação funcional após terapia com células estaminais mesenquimais

Foi realizado nos EUA um ensaio clínico com o intuito de avaliar a segurança e eficácia da administração de células estaminais mesenquimais a doentes vítimas de AVC, em fase crónica. Para isso, foram recrutados 36 doentes com história de AVC há mais de 6 meses e com um grau de incapacidade funcional significativo, como por exemplo deslocar-se apenas em cadeira de rodas ou necessitar de assistência domiciliária para as suas atividades do dia‑a‑dia. Os participantes, em média com 61 anos de idade, tinham sofrido um AVC de intensidade moderada, em média há cerca de 4 anos.
As células estaminais mesenquimais foram obtidas a partir de medula óssea de um dador saudável, multiplicadas em laboratório e criopreservadas até ao dia do tratamento. A terapia consistiu numa infusão intravenosa das células anteriormente preparadas, tendo os doentes sido seguidos regularmente ao longo do primeiro ano após o tratamento. Foram feitas análises laboratoriais, eletrocardiograma e Tomografia Axial Computorizada (TAC) para monitorizar o estado de saúde dos doentes. Foram também aplicados vários testes para avaliar a sua progressão em termos de capacidade cognitiva, saúde mental e capacidade para realizar as tarefas do dia-a-dia.
Relativamente à segurança, foram registados apenas dois efeitos adversos potencialmente relacionados com o tratamento, de intensidade moderada (uma infeção urinária e uma irritação no local de administração), que ficaram completamente resolvidos.
No que toca à eficácia da terapêutica com células estaminais mesenquimais, os autores referem, na sua recente publicação na revista Stroke, que os doentes que participaram no estudo demonstraram melhorias ao longo dos 12 meses de seguimento, em contraste com o declínio funcional progressivo que habitualmente se observa em doentes que sofreram AVC. Os testes realizados demonstraram melhorias significativas ao nível da saúde mental, com menos casos sugestivos de depressão, bem como de recuperação funcional, passando os doentes a estar mais autónomos no seu dia-a-dia. Inicialmente, apenas 11% dos doentes eram independentes, sendo que, um ano após o tratamento, o número de doentes totalmente autónomos tinha já aumentado para 35%.
No geral, verificou-se uma tendência para a diminuição da gravidade dos sintomas e sequelas resultantes do AVC, pelo que os investigadores acreditam que estes resultados, embora não sendo conclusivos, são promissores, e sublinham a importância de prosseguir para um ensaio clínico com maior número de doentes e controlado com placebo, para que se possa chegar a resultados mais sólidos  acerca da eficácia deste tratamento inovador.
 
 
Referência:
Levy ML, et al. Phase I/II Study of Safety and Preliminary Efficacy of Intravenous Allogeneic Mesenchymal Stem Cells in Chronic Stroke. Stroke. 2019. 50(10):2835-2841.