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Terapia génica com células estaminais no tratamento de Mucopolissacaridose I- Segurança comprovada em ratinhos

Foram recentemente publicados os resultados de um estudo que demonstram que a terapia génica com células estaminais no tratamento de Mucopolissacaridose I (MPS I) é segura e bem tolerada em ratinhos, promovendo a produção da proteína em falta em quantidade suficiente para reverter a doença.

Resultados em ratinhos sustentam desenvolvimento de ensaios clínicos para testar potencial de terapia génica com células estaminais no tratamento de Mucopolissacaridose I

A MPS I é uma doença metabólica hereditária causada por uma mutação (alteração na informação das células) que leva à falta de produção adequada de uma enzima (substância que participa numa reação química nas células, mantendo-as saudáveis). A ausência ou o inadequado funcionamento dessa enzima origina a acumulação de compostos que irão provocar lesões em tecidos e órgãos.

Estima-se que a forma mais grave da doença (síndrome de Hurler) ocorra em cerca de 1 em cada 100.000 nascimentos. Esta forma da doença caracteriza-se fundamentalmente por anomalias ósseas e atraso no desenvolvimento psicomotor. A esperança média de vida destes doentes é reduzida, ocorrendo a morte antes da adolescência. As complicações cardiovasculares e respiratórias são a principal causa de morte destes doentes. Atualmente o transplante hematopoiético com células de um dador compatível é uma opção de tratamento para estes doentes, no entanto em muitos casos é observado o reaparecimento de alguns sintomas ao fim de algum tempo, existindo uma grande variabilidade entre doentes.

Um grupo de investigadores publicou recentemente um artigo na revista científica Human Gene Therapy, onde descrevem a estratégia desenvolvida para inserir o gene funcional, normalmente mutado em doentes com MPS I, em células estaminais de doentes com MPS I e demonstram que este procedimento é seguro e viável em ratinhos.

Numa primeira fase, os investigadores inseriram o gene funcional em células estaminais de medula óssea de ratinhos com MPS I e administraram estas células em ratinhos com a doença. Verificaram que a administração destas células não era tóxica nem oncogénica (as células não formavam tumores), tendo resultado na redução das alterações histológicas (ao nível do aspeto do tecido) associadas à doença nestes animais, demonstrando que este procedimento era eficaz nos ratinhos.

Numa segunda fase, os investigadores inseriram o gene funcional em células estaminais de sangue do cordão umbilical humanas e administraram estas células em ratinhos imunossuprimidos (para que o sistema imunitário destes não destruísse as células humanas) e foram avaliar a distribuição das células nos ratinhos. Verificaram que as células se incorporaram na medula óssea, fígado, baço e timo à semelhança de células estaminais de sangue do cordão umbilical nas quais não foi inserido nenhum gene, demonstrando que o aumento de expressão da enzima por estas células não afetou de forma significativa a longevidade, desenvolvimento ou função das células.

Numa última fase, inseriram o gene em células estaminais de medula óssea humana de doentes com MPS I, verificando in vitro que estas células produziam a enzima e que esta era funcional. Quando estas células foram administradas em ratinhos imunossuprimidos as células demonstraram capacidades semelhantes às células estaminais de dadores saudáveis.

Os investigadores concluíram que a terapia génica com células estaminais para tratar MPS I não apresenta toxicidade nem efeito oncogénico, demonstrando que é um procedimento seguro. Os resultados obtidos também sugerem a eficácia do procedimento e a sua viabilidade para ser aplicado em células estaminais de doentes com MPS I.

Os autores sugerem que este estudo fornece dados que sustentam o desenvolvimento de um ensaio clínico piloto com o objetivo de determinar se esta abordagem é segura e eficaz em doentes com MPS I.

Fonte:

http://www.stemcellsportal.com/news/data-support-human-testing-stem-cell-gene-therapy-mps-i