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Células estaminais do cordão umbilical promovem crescimento de cabelo em doentes com alopécia areata

A alopécia areata é uma doença autoimune relativamente comum que provoca queda de cabelo, geralmente em “peladas” – áreas arredondadas de perda de cabelo no couro cabeludo. As formas mais severas caracterizam-se pela perda de todo o cabelo (alopécia total) ou a perda de todo o cabelo e de todos os pelos no corpo (alopécia universal). Estima-se que 2% da população mundial seja afetada por esta doença em algum momento da sua vida, com potencial impacto na sua qualidade de vida.

Embora a alopécia areata possa ter resolução sem recurso a tratamento em muitos doentes no primeiro ano após o seu aparecimento, cerca de 14-25% progride para alopécia total ou universal. Estas formas mais severas apresentam um prognóstico menos favorável, sendo a recuperação total pouco provável.

Apesar de existirem várias opções terapêuticas atualmente usadas para o tratamento de alopécia areata (corticosteroides, entre outros), há doentes que não respondem aos tratamentos disponíveis, nomeadamente os que apresentam as formas mais severas da doença, sendo necessário encontrar alternativas. Uma abordagem terapêutica inovadora que tem vindo a ser investigada para o tratamento desta doença, com resultados promissores, é a aplicação de células estaminais mesenquimais. Estas células possuem forte capacidade anti-inflamatória e de regulação do sistema imunitário, características que lhes conferem grande potencial para o tratamento de doenças de caráter autoimune, como a alopécia areata.

Tratamento com células estaminais bem-sucedido em três doentes com alopécia areata

No âmbito da investigação dos potenciais efeitos benéficos das células estaminais mesenquimais em contexto de alopecia areata, foi recentemente publicado um artigo científico que descreve 3 casos de sucesso da aplicação local, através de injeção subcutânea, de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical para o tratamento desta doença.

O primeiro caso descreve o tratamento de uma mulher com 55 anos de idade, com ausência de cabelo em duas zonas do couro cabeludo, afetadas por alopecia areata. Ao longo de 6 meses, a doente completou 15 aplicações de células estaminais do cordão umbilical, nas áreas afetadas. Embora inicialmente não se tenham observado melhorias, aproximadamente 3 meses após o primeiro tratamento, o cabelo começou a crescer, acabando por cobrir toda a área afetada. Vinte e dois meses após o último tratamento, a doente estava curada, sem reincidência da doença.

O segundo caso retrata o tratamento de uma mulher de 30 anos com alopecia areata, inicialmente afetando 6 zonas do couro cabeludo. A administração local de corticosteroides durante o período de um ano permitiu tratar 5 das zonas afetadas. Contudo, uma das áreas afetadas não respondeu a este tratamento, não se tendo observado crescimento de cabelo nessa zona. Após a aplicação de dois tratamentos com células estaminais nessa área, o cabelo começou a crescer, tendo a doente ficado completamente curada aproximadamente 3 meses depois. Não se observou reincidência do problema durante os dois anos seguintes.

Por último, é descrito o caso de uma doente diagnosticada com alopecia universal aos 12 anos, que apresentava muito pouco cabelo no couro cabeludo, uma vez que os vários tratamentos a que se submeteu ao longo de anos não foram bem-sucedidos. A doente recebeu 14 tratamentos com células estaminais durante um ano, em todo o couro cabeludo. Três meses após o primeiro tratamento, o cabelo começou a crescer, tendo eventualmente atingido níveis semelhantes aos normais. Aos 12 meses de seguimento, não foi reportada reincidência da alopécia universal.

Em nenhum dos casos se verificou qualquer efeito adverso decorrente do tratamento com células estaminais do tecido do cordão umbilical, indicando que o tratamento é seguro. Embora seja ainda um tratamento experimental, estes resultados sugerem que a aplicação de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical é capaz de promover o crescimento de cabelo em zonas afetadas por alopécia areata, inclusive em casos mais severos, como é o da alopecia universal. Segundo os autores, esta estratégia terapêutica promissora deve agora ser testada em ensaios clínicos, de modo a possibilitar a sua aplicação na prática clínica.

 

Referências:

Ahn H, et al. Alopecia treatment using minimally manipulated human umbilical cord-derived mesenchymal stem cells: Three case reports and review of literature. World J Clin Cases. 2021. 9(15):3741-3751.

Pratt CH, et al. Alopecia areata. Nat Rev Dis Primers. 2017. 3:17011.