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Células estaminais promissoras no tratamento de infertilidade feminina causada por síndrome rara

A infertilidade feminina pode ser originada por diversos problemas, entre eles uma condição rara designada síndrome de Asherman, caracterizada pela presença de aderências no interior do útero, que frequentemente causam diminuição ou ausência do fluxo menstrual e dor abdominal. O foco do tratamento desta síndrome é a remoção cirúrgica das aderências, à qual podem seguir-se estratégias para prevenir o seu reaparecimento e para promover a reparação do útero, nomeadamente através de terapia hormonal.

A terapia com células estaminais tem vindo a ser investigada como uma abordagem inovadora para tratar casos graves de síndrome de Asherman, em que não é possível restaurar a função uterina e a fertilidade através dos métodos convencionais. Os resultados até agora obtidos são encorajadores.

Células estaminais do cordão umbilical restauram fertilidade em doentes com síndrome de Asherman

Umas das consequências da síndrome de Asherman é a incapacidade do endométrio – camada de revestimento interno do útero – de proliferar normalmente no decorrer do ciclo menstrual e atingir uma espessura adequada (≥7 mm) para a implantação do embrião. Com o intuito de resolver este problema, um estudo piloto avaliou o efeito da aplicação intrauterina de células estaminais na capacidade de proliferação do endométrio, em 18 mulheres com síndrome de Asherman que não responderam adequadamente aos tratamentos convencionais. Os autores optaram pelas células estaminais do tecido do cordão umbilical pelas múltiplas vantagens que apresentam, nomeadamente a sua elevada capacidade de proliferação e método de colheita simples e indolor.

O tratamento experimental consistiu na aplicação intrauterina de células estaminais do tecido do cordão umbilical, previamente colocadas numa matriz de colagénio, com função de suporte. O tratamento foi aplicado duas vezes, em ciclos menstruais consecutivos, seguido de um período de acompanhamento de 2 anos.  Após o tratamento experimental, observou-se um aumento significativo da espessura do endométrio, que excedeu os 6 mm em 8 das participantes. Adicionalmente, observou-se um aumento significativo da densidade de capilares sanguíneos e do número de recetores hormonais no endométrio, indicando que o tratamento experimental promoveu melhorias na vascularização do endométrio e na sua resposta a estímulos hormonais. Notavelmente, embora as participantes se debatessem com problemas de infertilidade há 4 anos, em média, quatro conseguiram engravidar após o tratamento experimental com células estaminais: três através de fertilização in vitro, e uma de forma natural.

Relativamente à segurança, não se verificaram efeitos adversos sérios decorrentes do tratamento experimental durante o estudo. Foi reportada uma hemorragia intrauterina numa das participantes, controlada com terapêutica convencional, sem evidências de que tenha estado relacionada com o tratamento experimental.

Neste estudo, as células estaminais do tecido do cordão umbilical demonstraram potencial para melhorar a recetividade do endométrio para a implantação do embrião e restaurar a fertilidade em mulheres com síndrome de Asherman. A realização de mais estudos permitirá confirmar a segurança e eficácia desta terapia.

Veja um artigo semelhante a este sobre Células do cordão umbilical no tratamento de cicatrizes intrauterinas aqui.

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Referências:

https://rarediseases.org/rare-diseases/ashermans-syndrome/, acedido a 5 de agosto de 2021.

Zhang Y, et al. Unresponsive thin endometrium caused by Asherman syndrome treated with umbilical cord mesenchymal stem cells on collagen scaffolds: a pilot study. Stem Cell Res Ther. 2021 Jul 22;12(1):420.