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Crianças com paralisia cerebral tratadas com células estaminais do cordão umbilical

A paralisia cerebral é uma perturbação motora causada por uma lesão neurológica que geralmente acontece antes ou na altura do parto e estima-se que afete entre 2-3 por cada 1.000 recém-nascidos. Atualmente, alguns fármacos e fisioterapia são utilizados para o tratamento dos sintomas de paralisia cerebral, como rigidez muscular, fraqueza e descoordenação motora, no entanto estes têm demonstrado eficácia limitada.

Uma nova abordagem terapêutica com potencial para alcançar melhores resultados neste contexto é a utilização de células estaminais mesenquimais (MSC, do inglês Mesenchymal Stem Cells). Pensa-se que estas células libertam substâncias que têm um efeito anti-inflamatório e que promovem a regeneração do tecido cerebral lesionado, podendo, desta forma, melhorar os sintomas associados à paralisia cerebral. As MSC podem ser isoladas, entre outras fontes, a partir de sangue do cordão ou, em maior quantidade, a partir de tecido do cordão umbilical. Vários grupos de investigação têm avaliado a segurança e eficácia do tratamento de paralisia cerebral utilizando células estaminais do sangue e do tecido do cordão umbilical, com resultados promissores.

Melhorias na capacidade motora após tratamento com células estaminais

Na Universidade de Duke, nos EUA, um grupo de investigadores realizou um ensaio clínico em que 63 crianças com 1-6 anos de idade diagnosticadas com paralisia cerebral foram infundidas com o seu próprio sangue do cordão umbilical, tendo-se observado melhorias significativas na função motora destas crianças, 1 ano após o tratamento.

Outro grupo de investigadores desenvolveu um ensaio clínico no qual administrou MSC do sangue do cordão umbilical a 54 crianças entre os 3 e os 12 anos com paralisia cerebral. Os resultados foram também muito favoráveis, tendo-se observado melhorias significativas ao nível da função motora três meses após o tratamento, que se mantiveram durante os 2 anos de seguimento das crianças. Os autores concluíram que a infusão de células mesenquimais do sangue do cordão umbilical é segura em crianças com paralisia cerebral e promove melhorias efetivas na sua capacidade motora.

Mais recentemente, foram publicados dois casos de transplantação de MSC do tecido do cordão umbilical em duas crianças, uma com 4 e outra com 6 anos, diagnosticadas com paralisia cerebral. Em ambos os casos, a equipa clínica responsável pelo tratamento reportou que o tratamento administrado se demonstrou seguro e resultou em claras melhorias da capacidade motora e da linguagem.

O desenvolvimento de novos tratamentos para paralisia cerebral com base em células estaminais está em expansão e promete trazer soluções inovadoras que permitam minimizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida destes doentes.

 

Referências:

Sun et al., Effect of Autologous Cord Blood Infusion on Motor Function and Brain Connectivity in Young Children with Cerebral Palsy: A Randomized, Placebo-Controlled Trial. Stem Cells Transl Med. 2017 Dec;6(12):2071-2078.

Huang et al., A Randomized, Placebo-Controlled Trial of Human Umbilical Cord Blood Mesenchymal Stem Cell Infusion for Children With Cerebral Palsy. Cell Transplant. 2018 Feb;27(2):325-334.

Huajiang et al., Umbilical cord mesenchymal stem cell (UC-MSC) transplantations for cerebral palsy. Am J Transl Res 2018;10(3):901-906.

Okur et al., The Effect of Umbilical Cord-derived Mesenchymal Stem Cell Transplantation in a Patient with Cerebral Palsy: A Case Report. Int J Stem Cells. 2018 Apr 30. doi: 10.15283/ijsc17077.