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Doentes oncológicos de alto risco tratados com sangue do cordão umbilical expandido

Quando os doentes com leucemias, linfomas e outras doenças hemato-oncológicas são referenciados para transplante hematopoiético, pode recorrer-se ao sangue do cordão umbilical como fonte de células estaminais para transplantação. Embora não seja necessário haver compatibilidade total entre as células do sangue do cordão umbilical e o doente, esta deve ser a maior possível, de modo a maximizar as probabilidades de sucesso e reduzir as complicações associadas ao transplante. No entanto, nem sempre as unidades de sangue do cordão umbilical mais compatíveis com um doente correspondem às que têm o número de células mais adequado, outro fator determinante do sucesso destes transplantes. A possibilidade de expandir – ou multiplicar – as células presentes no sangue do cordão umbilical armazenado permite aumentar o número de doentes que pode beneficiar de um transplante de sangue do cordão umbilical, com todas as suas vantagens – menor probabilidade de transmissão de agentes infeciosos, disponibilidade imediata, menor incidência de doença do enxerto contra o hospedeiro, entre outras – e com o melhor grau de compatibilidade possível.

Sangue do cordão umbilical expandido alcança bons resultados em doentes oncológicos

Foram recentemente publicados, na prestigiada revista científica The Lancet Haematology, os resultados de um ensaio clínico realizado em dois hospitais do Canadá, em que 22 doentes com vários tipos de neoplasias (leucemias, síndromes mielodisplásicas, linfomas e mieloma múltiplo) foram tratados com sangue do cordão umbilical expandido em laboratório. Entre os doentes tratados, incluíam-se 10 de alto risco, nomeadamente 5 que já tinham sido transplantados, sem sucesso, e outros 5 com doença agressiva, em recaída ou refratária (que não responde aos tratamentos). Segundo os autores, os resultados foram muito positivos, tendo em conta o prognóstico geralmente associado a este tipo de doentes de alto risco.
Utilizando uma pequena molécula – designada UM171 – os investigadores multiplicaram as células estaminais da unidade de sangue do cordão umbilical escolhida para cada doente. Em apenas 7 dias, o número de células estaminais aumentou, em média, 35 vezes, relativamente ao valor inicial. O processo de expansão permitiu que metade dos doentes fossem transplantados com uma unidade de sangue do cordão umbilical adequada em termos de dose celular e com melhor grau de compatibilidade, aumentando, desta forma, as probabilidades de sucesso do transplante.
Os transplantes foram bem-sucedidos, tendo-se observado, em todos os casos, uma rápida e sólida recuperação da produção de células do sangue e sistema imunitário. Registou-se uma elevada taxa de sobrevivência (90%) e reduzida incidência de complicações pós-transplante, mesmo perante uma população de doentes de alto risco. Considerando os bons resultados atingidos, os investigadores iniciaram, já, outros dois ensaios clínicos, que pretendem testar a utilização desta técnica especificamente em doentes com leucemias e síndromes mielodisplásicas de alto risco, as quais apresentam, neste momento, opções de tratamento muito limitadas.
Para além deste, outros métodos têm sido desenvolvidos com vista à multiplicação das células do sangue do cordão umbilical em laboratório antes de um transplante, tendo sido reportados resultados muito promissores nos últimos anos. O êxito de uma estratégia de expansão celular permitiria o acesso de mais doentes a uma fonte de células estaminais com elevado grau de compatibilidade, com repercussões positivas na taxa de sucesso destes transplantes.
Referência:
Cohen S, et al. Hematopoietic stem cell transplantation using single UM171-expanded cord blood: a single-arm, phase 1-2 safety and feasibility study. Lancet Haematol. 2019. pii: S2352-3026(19)30202-9.