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Poderão as células estaminais ajudar no tratamento de problemas associados à obesidade?

Múltiplos problemas de saúde surgem como consequência da obesidade, nomeadamente a diabetes, dislipidemia, hipertensão arterial, infertilidade, e doenças cardiovasculares. Para além disso, a obesidade encontra-se, ainda, associada a estados depressivos, diminuição da qualidade de vida e mortalidade precoce.

Nas últimas décadas, a obesidade tem vindo a tornar-se um problema de saúde pública à escala global, com impacto na qualidade e esperança média de vida da população. De facto, entre 1980 e 2016, a prevalência da obesidade em adolescentes e adultos de ambos os géneros duplicou, e estima-se que em 2030, mais de metade da população mundial seja obesa. Em Portugal, a obesidade afeta 1,5 milhões de pessoas e, segundo a Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade, estes números tendem a crescer de ano para ano, estimando-se que possa atingir os 2,4 milhões já em 2025. De acordo com o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico publicado no final de 2019, o excesso de peso e doenças associadas vão reduzir a esperança de vida em cerca de 2,2 anos no nosso país, entre 2020 e 2050.

É, portanto, cada vez mais urgente encontrar estratégias que permitam tratar eficazmente a obesidade e problemas relacionados. Uma abordagem inovadora que tem vindo a ser proposta em vários estudos para tratar problemas associados à obesidade é a utilização de células estaminais mesenquimais, tendo em conta as suas propriedades imunomoduladoras, anti-inflamatórias e regenerativas, bem como o seu perfil de segurança favorável, demonstrado numa vasta gama de ensaios clínicos. Estas células estaminais podem ser obtidas, por exemplo, a partir do cordão umbilical ou de tecido adiposo (gordura).

CÉLULAS ESTAMINAIS REGULAM GLICÉMIA E DIMINUEM RISCO DE DOENÇA CARDIOVASCULAR EM MODELO ANIMAL

Um estudo em modelo animal, recentemente publicado na revista Scientific Reports, procurou avaliar o impacto da administração de células estaminais mesenquimais no peso, composição corporal, glicémia, tolerância à glicose e risco de doença cardiovascular em ratinhos obesos.

Neste estudo, a injeção de células estaminais mesenquimais não teve qualquer efeito no peso e na percentagem de massa gorda que os ratinhos obesos perderam após pararem a dieta rica em gordura e iniciarem uma dieta normal. No entanto, os investigadores constataram que as células estaminais administradas promoveram a redução do nível de açúcar no sangue e aumentaram a tolerância à glicose nos ratinhos obesos, para níveis semelhantes aos dos ratinhos saudáveis. Estes resultados podem ter implicações importantes, uma vez que sugerem que é possível utilizar células estaminais mesenquimais para normalizar os valores de glicémia e a tolerância à glicose, impedindo assim o desenvolvimento de diabetes. Para além disto, foi ainda medido o impacto das células estaminais administradas no Índice Aterogénico do Plasma (IAP), um parâmetro que tem em conta o nível de triglicerídeos e de colesterol no sangue, e que permite medir a tendência para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Os autores concluíram que as células estaminais exerceram um efeito benéfico a este nível, uma vez que, contrariamente aos ratinhos que receberam placebo, se observou uma diminuição do IAP nos ratinhos obesos tratados com células estaminais, para valores semelhantes aos valores normais, observados nos ratinhos saudáveis.

Os autores sublinham, ainda, que a administração de células estaminais mesenquimais baixou o nível de moléculas pró-inflamatórias no sangue dos ratinhos obesos, o que pode estar na base dos seus efeitos benéficos, uma vez que estas moléculas estão associadas ao desenvolvimento de diabetes e aterosclerose.

No seu conjunto, estes dados sugerem que as células estaminais do tecido adiposo têm um efeito benéfico sobre alguns dos problemas relacionados com a obesidade, como a diabetes e a doença cardiovascular. O recurso a este tipo de abordagem inovadora implica a realização de mais estudos em modelo animal e, posteriormente, ensaios clínicos em humanos, que permitam estabelecer a sua segurança e eficácia.

Referências:

Jaber H, et al. The therapeutic effects of adipose-derived mesenchymal stem cells on obesity and its associated diseases in diet-induced obese mice. Sci Rep. 2021. 11(1):6291.

https://www.rtp.pt/noticias/pais/tratamento-eficaz-da-obesidade-em-portugal-e-urgente_n1301719, acedido a 20 de abril, 2021.

https://www.newsfarma.pt/noticias/8942-as-ra%C3%ADzes-da-obesidade-em-portugal-s%C3%A3o-cada-vez-mais-profundas,-alerta-speo.html, acedido a 20 de abril, 2021.

https://www.speo-obesidade.pt , acedido a 20 de abril, 2021.