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Potencial do Sangue do Cordão Umbilical no tratamento de Esclerose Lateral Amiotrófica

A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa muito grave causada pela degeneração progressiva dos neurónios que transmitem os sinais necessários à contração muscular (neurónios motores). Os doentes com ELA, à medida que a neurodegeneração avança, vão perdendo força muscular e eventualmente deixam de conseguir manter as suas funções vitais. A insuficiência respiratória é a principal causa de morte nestes doentes, que têm uma esperança média de vida de apenas 3 a 5 anos após o início do desenvolvimento da doença. As causas que levam ao aparecimento de ELA, que afeta 450.000 indivíduos em todo o mundo, são ainda desconhecidas, devido à complexidade de fatores que estão na base do desenvolvimento da doença.

Apesar de numerosos compostos terem já sido testados em ensaios clínicos, as opções de tratamento para a ELA são ainda muito limitadas. O único fármaco aprovado pela Food and Drug Administration nos EUA apenas acrescenta alguns meses à baixa esperança média de vida destes doentes. Assim, é urgente encontrar novas abordagens para o tratamento de ELA. Estudos pré-clínicos e ensaios clínicos em curso indicam que o sangue do cordão umbilical poderá vir a ser útil para o desenvolvimento de novas opções terapêuticas para a ELA.

Terapia celular com Sangue do Cordão Umbilical em ELA

Pelas suas características, as células do sangue e do tecido do cordão umbilical foram consideradas candidatas para o desenvolvimento de novas terapias para ELA. São células estaminais adultas, de fácil colheita e que permanecem viáveis por longos períodos de tempo através do processo de criopreservação. Apresentam, ainda, baixo risco de infeção, elevada capacidade proliferativa e são imunologicamente imaturas. Desde 1988, as células do sangue do cordão umbilical têm sido usadas em contexto clínico, nomeadamente no tratamento de doenças do foro hematológico, mas também em investigação para o tratamento de diversas patologias, incluindo doenças neurodegenerativas. A hipótese mais aceite até ao momento prende-se com a capacidade que estas células têm para modular o microambiente onde estão inseridos os neurónios, promovendo a sua sobrevivência.

Estudos em modelos animais mostraram que a infusão de células estaminais do sangue do cordão umbilical humano teve um efeito positivo, provocando um atraso na progressão da ELA e aumentando significativamente o tempo de vida dos ratinhos tratados, relativamente ao grupo controlo. Os ratinhos tratados com sangue do cordão umbilical numa fase mais avançada da doença necessitaram de uma dose celular maior para sentir os benefícios do tratamento. Para além disso, a administração de várias doses celulares mais pequenas ao longo do tempo também resultou em melhorias significativas no tempo de vida dos ratinhos, tendo atrasado a progressão da doença e melhorado a sobrevivência dos neurónios motores. Assim, uma intervenção precoce e a dose celular administrada parecem ter influência na eficácia do tratamento. Estes resultados justificam o desenvolvimento de ensaios clínicos em humanos, mesmo na fase sintomática da doença.

Vários ensaios clínicos para ELA estão a decorrer em todo o mundo utilizando como fontes de células estaminais: medula óssea, tecido adiposo e sangue e tecido do cordão umbilical. Resultados preliminares indicam que este tipo de terapia celular é segura em doentes com ELA. No entanto, é necessária a realização de mais ensaios clínicos para perceber qual o seu grau de eficácia.

O tratamento com sangue do cordão umbilical, ao promover um ambiente de neuroprotecção, tem‑se mostrado benéfico em modelo animal de AVC, Alzheimer e lesões cerebrais e da espinal medula. São várias as evidências do potencial de utilização do sangue do cordão umbilical no tratamento de ELA. A intervenção precoce, com administração intravenosa de várias doses de sangue do cordão umbilical ao longo do tempo, poderá travar o agravamento da doença e aumentar o tempo médio de sobrevivência destes doentes.

 

Referência:

Garbuzova-Davis S, Ehrhart J, Sanberg PR. Cord Blood as a Potential Therapeutic for Amyotrophic Lateral Slerosis. Expert Opin Biol Ther. 2017 May 8: 1-15.