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Sangue do Cordão Umbilical atenua lesões cerebrais em contexto de Hipóxia-isquémia neonatal

Apesar dos notáveis avanços nos cuidados neonatais nas últimas décadas, a incidência de acidentes hipóxico-isquémicos permanece elevada, mesmo nos países desenvolvidos (1-2/1000 nados vivos). Os episódios de hipóxia-isquémia (HI) cerebral acontecem quando há uma irrigação sanguínea insuficiente para o cérebro (isquémia), tendo como principal consequência imediata o défice no fornecimento de oxigénio às células (hipóxia). A causa mais frequente de HI cerebral em recém‑nascidos é a asfixia perinatal, que pode ser devida a compressão do cordão umbilical, hipotensão materna, entre outras causas. Uma grande percentagem dos sobreviventes de episódios hipóxico-isquémicos sofre sequelas graves permanentes, podendo desenvolver, por exemplo, paralisia cerebral.

A abordagem terapêutica mais utilizada para minimizar os danos resultantes de um episódio de HI cerebral num recém-nascido é a hipotermia induzida (redução da temperatura corporal do recém-nascido). No entanto, esta técnica não é suficiente para evitar sequelas nos casos mais severos. Assim, é necessário desenvolver novos métodos terapêuticos eficazes no tratamento de HI cerebral perinatal.

Sangue do Cordão Umbilical eficaz na diminuição da extensão da lesão em modelo animal de HI 

Têm sido desenvolvidos vários estudos em modelo animal e vários ensaios clínicos em humanos para o tratamento de algumas perturbações do foro neurológico com células estaminais do sangue do cordão umbilical, com resultados muito promissores. Recentemente, um grupo de investigadores japoneses publicou um estudo realizado em modelo animal (rato) para avaliar o efeito da infusão de sangue do cordão umbilical no tratamento de HI neonatal. Para a experiência, as células estaminais do sangue do cordão umbilical foram previamente expandidas em laboratório (para gerar maior número de células), tendo sido depois infundidas em animais com HI. Seguidamente, analisaram-se vários parâmetros relativos à função motora e morfologia cerebral dos animais. Os investigadores concluíram que a infusão de sangue do cordão umbilical melhorou significativamente a função motora e diminuiu eficazmente a extensão da lesão a nível cerebral causada por HI, comparativamente ao grupo controlo (animais com HI mas que não receberam infusão de sangue do cordão umbilical). Relativamente aos mecanismos responsáveis por esta melhoria, este estudo sugere que o efeito não se deve à migração das células infundidas para o cérebro e à sua diferenciação em neurónios, mas será consequência da secreção de moléculas que promoverão um ambiente anti‑inflamatório em torno do local lesionado, minorando os danos cerebrais característicos da HI (morte neuronal).

Este tipo de estudos constitui a base para a realização de ensaios clínicos em recém-nascidos que tenham sofrido um episódio hipóxico‑isquémico neonatal. O sucesso destes ensaios poderá, no futuro, permitir a utilização do sangue do cordão umbilical no tratamento de HI neonatal, diminuindo o número de crianças que sofrem de sequelas graves decorrentes deste problema.

 

Fonte: Nakanishi K, Sato Y, Mizutani Y, Ito M, Hirakawa A, Higashi Y et al. Rat umbilical cord blood cells attenuate hypoxic-ischemic brain injury in neonatal rats. Sci Rep. 2017 Mar 10;7:44111.