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Sangue do cordão umbilical usado para tratar leucemia em doentes com mais de 60 anos

A leucemia mieloide aguda é um tipo raro de doença maligna do sangue que afeta cerca de 15 em cada 100 mil idosos. Em Portugal, estima-se que surjam 190 novos casos, todos os anos. O tratamento da leucemia mieloide aguda é feito com quimioterapia, eventualmente seguida de um transplante de células estaminais hematopoiéticas (como as que existem na medula óssea), nos casos mais graves. Apesar de poder aparecer em crianças e jovens, é a partir dos 60 anos que se verifica uma maior incidência da leucemia mieloide aguda. Em caso de necessidade de um transplante hematopoiético, para os doentes em idade mais avançada é mais difícil encontrar um dador compatível uma vez que têm menor probabilidade de ter um familiar (e.g. um irmão) compatível que possa ser dador de células estaminais para transplante. Neste contexto, o sangue do cordão umbilical – muito rico em células estaminais hematopoiéticas, como as que existem na medula óssea – apresenta-se como uma fonte de células estaminais muito útil, permitindo que doentes que não dispõem de um dador de medula óssea compatível, possam ser tratados recorrendo a um transplante hematopoiético.

Mais de 1500 doentes idosos com leucemia mieloide aguda tratados com sangue do cordão

Novos estudos continuam a surgir com vista à avaliação e otimização dos protocolos de transplantação hematopoiética para o tratamento de doenças malignas do sangue, com vista à melhoria das probabilidades de sobrevivência dos doentes e da sua qualidade de vida após o transplante. Recentemente, um estudo publicado na revista científica Annals of Hematology avaliou a evolução clínica de doentes japoneses com idade superior a 60 anos, transplantados com sangue do cordão umbilical para o tratamento de leucemia mieloide aguda, entre 2002 e 2017. Para isso, os investigadores analisaram um grupo de mais de mil e quinhentos doentes com idades entre 60 e 85 anos, tratados com transplante de sangue do cordão umbilical. Nestes transplantes, os doentes foram submetidos a quimioterapia e seguidamente, receberam células estaminais saudáveis, provenientes de sangue do cordão umbilical armazenado num banco de células estaminais, com o objetivo de reconstituir o seu sistema hematológico (de produção de células do sangue).
Neste estudo, 81% dos doentes alcançaram a reconstituição hematológica após o transplante, o que demonstra a utilidade do sangue do cordão umbilical na transplantação de doentes com mais de 60 anos com leucemia mieloide aguda. Verificou-se, ainda, que a idade, por si só, não teve impacto negativo na capacidade de reconstituição hematológica após o transplante. Contudo, observou-se que a idade superior a 70 anos e a presença de outros problemas de saúde, por exemplo do foro pulmonar ou cardíaco, estiveram relacionados com uma menor taxa de sobrevivência neste grupo de doentes.
Deste estudo, sai reforçada a ideia de que o sangue do cordão umbilical permite que mais doentes em idade avançada possam ter acesso à transplantação hematopoiética como opção de tratamento, sendo importante fazer uma criteriosa seleção dos doentes a transplantar, com base em vários fatores, como a gravidade da doença e outros problemas de saúde que apresentem em simultâneo.
 
Referências:
Isobe M, et al; Adult Acute Myeloid Leukemia Working Group of the Japan Society for Hematopoietic Cell Transplantation. Single cord blood transplantation for acute myeloid leukemia patients aged 60 years or older: a retrospective study in Japan. Ann Hematol. 2021 Feb 23. doi: 10.1007/s00277-021-04464-5 [online ahead of print].
https://www.apcl.pt/pt/doencas-do-sangue/leucemias/leucemias-agudas, acedido a 18 de março de 2021.