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Vítima de AVC recupera mobilidade após tratamento com células estaminais do cordão umbilical

O acidente vascular cerebral (AVC) continua a ser uma das principais causas de morte e de incapacidade a nível mundial. Podem distinguir-se dois tipos de AVC: hemorrágicos, resultantes de uma hemorragia cerebral; e isquémicos, que acontecem por interrupção do normal fornecimento de oxigénio ao cérebro. Ambos resultam em lesões neurológicas, que podem ser fatais, ou deixar sequelas com gravidade variável. Falta de força num braço ou perna, boca ao lado, dificuldade em falar e confusão são sinais de alerta da ocorrência de um AVC, devendo a vítima ser imediatamente encaminhada para o hospital.

As abordagens terapêuticas atualmente disponíveis para o tratamento de AVC apresentam algumas limitações, uma vez que têm como principal objetivo conter o dano neurológico e minimizar as suas sequelas, não atuando de forma a promover a regeneração da zona afetada. Neste contexto, a terapia com células estaminais tem merecido a atenção de especialistas em todo o mundo, como uma abordagem com potencial para promover a reparação da lesão cerebral resultante de um AVC, e assim complementar as estratégias atualmente usadas na recuperação destes doentes. Vários estudos têm evidenciado que as células estaminais mesenquimais são capazes de promover a reparação do cérebro após lesão, tendo os ensaios clínicos demonstrado tratar-se de uma terapêutica segura.

CÉLULAS ESTAMINAIS E REABILITAÇÃO RECUPERAM MOVIMENTOS EM DOENTE PARALISADO DO LADO ESQUERDO

Foi recentemente reportado, numa publicação científica, o tratamento experimental de uma vítima de AVC isquémico, recorrendo a células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical, que, em conjunto com reabilitação física, conduziu à sua recuperação. Este tratamento foi realizado na República da Coreia.

O artigo descreve o caso de um doente de 55 anos, tratado de forma convencional na fase aguda do AVC, que ficou paralisado do lado esquerdo, com indicação para terapia de reabilitação. O estudo por tomografia axial computorizada (TAC) revelou uma lesão cerebral de 3 cm x 2 cm no hemisfério direito, causada pelo AVC isquémico, que foi classificado como moderado a grave. O doente estava incapaz de andar, tinha paralisia do lado esquerdo, nos membros superior e inferior, e apresentava dificuldades na fala, devido a paralisia facial. No âmbito do tratamento experimental, o doente recebeu duas infusões intravenosas de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical, com 8 dias de intervalo. Este tratamento foi complementado com terapia de reabilitação, durante 4 meses.

O progresso do doente foi acompanhado durante 2 anos e meio após o tratamento experimental. Um mês após o primeiro tratamento, o doente recuperou da paralisia facial e do braço esquerdo, sendo capaz de levantar o braço e utilizar as mãos eficazmente para conduzir a cadeira de rodas. Após 8 semanas, recuperou da paralisia na perna esquerda, tornando-se capaz de andar com apoio. Nas semanas que se seguiram, o doente foi recuperando a destreza e o controlo dos movimentos, o que se traduziu na capacidade de realizar tarefas de complexidade crescente. Desta forma, às 65 semanas após o tratamento experimental, pode regressar à sua atividade profissional, como médico veterinário. A TAC realizada no final do período de acompanhamento (30 meses) revelou que as dimensões da lesão neurológica tinham diminuído significativamente, de 3 cm x 2 cm para 0,6 cm x 0,3 cm. Não foram observadas ou reportadas quaisquer reações adversas ao tratamento com células estaminais do cordão umbilical, que foi considerado seguro.

Para além do papel que o tratamento com células estaminais pode ter desempenhado no sucesso deste caso, os autores destacam que o forte empenho do doente na terapia de reabilitação terá também contribuído positivamente para a sua recuperação, e reforçam a necessidade de realizar ensaios clínicos num conjunto alargado de doentes que permitam avaliar a eficácia das células estaminais mesenquimais do cordão umbilical no tratamento de vítimas de AVC. Resultados positivos neste âmbito poderão impulsionar o uso de células estaminais como terapêutica complementar às estratégias de tratamento atualmente utilizadas na recuperação destes doentes.

 

 

Referências:

Ahn H, Lee SY, Jung WJ, Lee KH. Treatment of acute ischemic stroke by minimally manipulated umbilical cord-derived mesenchymal stem cells transplantation: A case report. World J Stem Cells. 2021;13(8):1151-1159.

https://www.sns.gov.pt/noticias/2020/10/29/dia-mundial-do-avc-29-de-outubro-2/, consultado a 11 de outubro de 2021.