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Células do tecido do cordão umbilical apresentam potencial para o tratamento da doença do enxerto contra o hospedeiro resistente a corticosteroides

A doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH) é uma complicação potencialmente fatal que se pode desenvolver após um transplante alogénico (i.e., envolvendo um dador) de células estaminais hematopoiéticas, as células capazes de dar origem a todas as células do sangue e do sistema imunitário. A DECH resulta da reação das células do dador ao organismo do doente transplantado. A forma aguda da doença (aDECH) resistente a corticosteroides é a principal causa de morte a curto prazo em doentes submetidos a transplante hematopoiético alogénico e é caracterizada por inflamação aguda e disfunção de vários órgãos, estando a pele, o trato gastrointestinal e o fígado entre os mais frequentemente afetados. A taxa de sobrevivência aos seis meses é de 40%, reduzindo a longo prazo para os 17% em doentes que não respondem à terapêutica utilizada. O tratamento com corticosteroides é considerado a terapia de primeira linha para esta complicação. No entanto, 40 a 50% dos doentes não respondem a esta terapêutica, pelo que são necessários tratamentos alternativos que possam melhorar a condição dos doentes. Recentemente, o medicamento ruxolitinib, um inibidor seletivo de proteínas importantes para a função imunitária e hematopoiese (i.e., o processo através do qual se formam as células do sangue), foi aprovado para o tratamento de DECH em doentes com idade superior a 12 anos. Para além deste, outros medicamentos têm sido utilizados, no entanto, nenhum tem permitido alcançar uma resposta clínica inteiramente satisfatória. Devido à sua capacidade de regulação da resposta imunitária e potencial para a regeneração de tecidos e órgãos, a administração de células mesenquimais tem surgido como uma terapia alternativa para a DECH que não responde a corticosteroides, tendo sido recomendada pela European Society for Blood and Marrow Transplantation (EBMT) como terapêutica de segunda linha para a aDECH, devido aos resultados encorajadores recentemente obtidos. As células mesenquimais estão presentes em vários tecidos, como a medula óssea, o tecido adiposo, o tecido do cordão umbilical e a placenta, a partir dos quais podem ser extraídas e multiplicadas em laboratório. Neste contexto, um estudo recente investigou o efeito da administração de células mesenquimais do tecido do cordão umbilical em doentes com aDECH.

CRIANÇAS COM ADECH APRESENTAM RESPOSTA FAVORÁVEL AO TRATAMENTO COM CÉLULAS DO TECIDO DO CORDÃO UMBILICAL

Neste estudo, publicado na revista científica Pharmaceuticals, foram incluídos 52 doentes, crianças e adultos. O tratamento experimental testado consistiu na administração, por via intravenosa de, em média, quatro infusões de células mesenquimais do tecido do cordão umbilical, previamente multiplicadas em laboratório. A resposta dos doentes foi avaliada nos dias 28, 100 e 180 e no primeiro e segundo ano após o tratamento. Aos 28 dias, 63.5% dos doentes teve uma resposta favorável ao tratamento, diminuindo progressivamente para 26.9%, ao longo do período de avaliação (dois anos). Foram avaliadas a sobrevivência global (intervalo de tempo entre o início do tratamento e a morte do doente) e a sobrevivência sem recaída (intervalo de tempo entre o início do tratamento e a ocorrência de recaída da doença), tendo-se verificado que ambas tiveram resultados muito mais favoráveis em crianças. Com efeito, aos 100 dias a sobrevivência global em crianças foi de 62.9% enquanto nos adultos foi de 29.5%. Foram reportados efeitos adversos agudos em 32.7% dos doentes, dos quais apenas dois casos foram considerados moderados ou severos. Adicionalmente, os investigadores observaram que a taxa de incidência de efeitos adversos e a severidade destes foram menores quando comparadas com outros estudos em que se utilizou ruxolitinib como terapia de segunda linha, dando ênfase ao facto deste medicamento não ter ainda sido aprovado em doentes com idade inferior a 12 anos, faixa etária em que a terapia com células mesenquimais do cordão umbilical se revelou mais eficaz. Deste modo, e dado o seu favorável perfil de segurança, os investigadores acreditam que o tratamento com células mesenquimais do cordão umbilical pode ser uma mais-valia para a aDECH resistente a corticosteroides, especialmente nos países em que outros medicamentos estão menos disponíveis, devendo ser considerado como terapia de segunda ou terceira linha em crianças com esta doença.

Referências bibliográficas
– Donadel, C.D. et al., (2023). Umbilical Cord Mesenchymal Stromal Cells for Steroid-Refractory Acute Graft-versus-Host Disease. Pharmaceuticals, 16(4), 512. https://doi.org/10.3390/ph16040512
– Liu, Y. et al., (2020). What is the difference between overall survival, recurrence-free survival and time-to-recurrence? British Journal of Surgery, 107(12). https://doi.org/10.1002/bjs.11945
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