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Células estaminais ajudam crianças a recuperar de doença rara associada à Covid-19

A Síndrome Inflamatória Multissistémica em Crianças – também denominada MIS-C (sigla em inglês para Multisystem Inflammatory Syndrome in Children) – é uma doença rara que pode surgir em crianças, devido a uma desregulação do sistema imunitário, na sequência da infeção por SARS-Cov-2, o vírus que causa a COVID-19. Inicialmente descrita, na Europa, em abril de 2020, a sua prevalência tem vindo a aumentar, acompanhando o aumento do número de infetados por SARS‑CoV‑2, contando-se já algumas dezenas de crianças que sofreram desta doença, em Portugal. A taxa de mortalidade associada à MIS-C é baixa, tratando-se, contudo, de uma doença que requer internamento hospitalar e que pode ter consequências graves, ao levar à falência de vários órgãos, como o coração, os pulmões e os rins. Febre alta persistente, erupções cutâneas, conjuntivite e dores no corpo são sintomas comuns em crianças com esta doença, que podem ser seguidos de sintomas mais severos, decorrentes da insuficiência cardíaca que frequentemente desenvolvem. Atualmente não se conhecem abordagens terapêuticas específicas para tratar as crianças que apresentam esta síndrome.
Estudo relata rápida recuperação de crianças com MIS-C tratadas com células estaminais
Um artigo científico, publicado recentemente na revista oficial da Academia Americana de Pediatria (The American Academy of Pediatrics), apresenta dois casos de crianças diagnosticadas com MIS-C, que foram tratadas recorrendo a um produto de terapia celular – designado Remestemcel-L – à base de células estaminais mesenquimais da medula óssea. Os autores referem que a opção por este produto à base deste tipo de células se deveu os seus efeitos anti-inflamatórios, de regulação do sistema imunitário e de estimulação da reparação de tecidos danificados e da formação de novos vasos sanguíneos. Até à data, aproximadamente 1100 pessoas, incluindo 311 crianças, foram já tratadas com o Remestemcel-L, com um perfil de segurança e eficácia favorável.
As crianças, uma com 4 e outra com 10 anos de idade, eram anteriormente saudáveis e começaram por apresentar febre alta persistente, sintomas gastrointestinais e mal-estar geral durante cerca de 5 dias. Posteriormente foram hospitalizadas com hipotensão, insuficiência renal aguda, choque, disfunção cardiovascular e marcadores inflamatórios muito elevados. Ambas foram inicialmente tratadas com medicação convencional, incluindo corticosteroides e anticoagulantes. Embora se tenha observado alguma melhoria no seu estado clínico, uma série de parâmetros importantes continuaram a apresentar valores anormais, nomeadamente os marcadores inflamatórios e de insuficiência cardíaca. Por esta razão, estas crianças foram consideradas para terapia com células estaminais, no âmbito de um tratamento experimental. Ambas receberam duas infusões intravenosas de Remestemcel-L, com 2 dias de intervalo, com subsequente normalização da função cardíaca e da inflamação, o que lhes permitiu ter alta entre 2 a 5 dias após o segundo tratamento com células estaminais.
Tendo em conta o sucesso do tratamento destas duas crianças, a utilização de células estaminais mesenquimais parece constituir uma opção terapêutica promissora no tratamento da síndrome inflamatória multissistémica pediátrica associada à COVID-19, especialmente nos casos com maior envolvimento cardiovascular.
 
Referências:
Ross Eckard A, et al. Remestemcel-L Therapy for COVID-19-Associated Multisystem Inflammatory Syndrome in Children. Pediatrics. 2021 Feb 12:e2020046573. doi: 10.1542/peds.2020-046573. [Online ahead of print].
https://expresso.pt/coronavirus/2021-03-06-Mais-criancas-com-sindrome-pos-covid