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Células Estaminais do Cordão Umbilical aceleram cicatrização de feridas crónicas em doentes diabéticos

Com o passar do tempo, a diabetes pode trazer várias complicações. Entre elas inclui-se o desenvolvimento de doença arterial periférica, uma doença que se caracteriza pela redução da circulação sanguínea e aporte de oxigénio aos membros inferiores, manifestando-se com dor e podendo levar ao aparecimento de úlceras – feridas crónicas, extremamente difíceis de cicatrizar, que podem, inclusivamente, conduzir à amputação do membro afetado. Para os doentes com úlceras do pé diabético que não cicatrizem após 4 a 6 semanas de tratamento convencional está recomendada a cirurgia de revascularização, cujo objetivo é a restauração da circulação sanguínea na zona afetada. Contudo, muitos destes doentes não podem ser submetidos a este tipo de procedimento devido a doença cardiovascular ou renal, entre outras. Uma abordagem inovadora que tem vindo a ser testada para o tratamento destes doentes é a aplicação de células estaminais mesenquimais. Um ensaio clínico pretendeu avaliar a segurança e o potencial terapêutico a longo-prazo das células estaminais mesenquimais do cordão umbilical em doentes diabéticos com doença arterial periférica, que apresentavam úlceras abertas há mais de 6 semanas. Os resultados foram recentemente publicados na revista científica Stem Cell Research & Therapy.

CÉLULAS ESTAMINAIS PROMOVEM CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS CRÓNICAS E ALÍVIO DOS SINTOMAS DE DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA

Neste ensaio clínico foram incluídos 14 doentes, com idades compreendidas entre 47 e 65 anos. Todos tinham sido diagnosticados com diabetes tipo 2 e doença arterial periférica, sem opção de revascularização cirúrgica, e apresentavam úlceras de tamanho igual ou superior a 3 cm2, que não cicatrizaram após mais de 6 seis semanas de tratamento convencional. O tratamento experimental testado neste estudo consistiu na administração de três doses de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical: no primeiro dia, as células foram aplicadas localmente, através de injeção subcutânea, na zona em redor da(s) úlcera(s); tendo posteriormente, sido administradas mais duas doses, por via intravenosa, no membro afetado, 7 e 28 dias depois.

O principal objetivo deste estudo foi avaliar a segurança da administração de células estaminais do tecido do cordão umbilical a estes doentes, a curto (1,5 meses) e a longo (3 anos) prazo. Embora tenham sido reportados dois casos de febre passageira, possivelmente relacionada com a administração intravenosa de células estaminais, ambos recuperaram rapidamente, sem necessidade de tratamento. O perfil de segurança do tratamento foi favorável tanto a curto, como a longo prazo, uma vez que não se registaram efeitos adversos sérios relacionados com o tratamento experimental, nem foram detetadas complicações nas análises laboratoriais, no eletrocardiograma ou nos exames à visão, durante os três anos de acompanhamento.

Com este estudo, procurou-se ainda determinar o potencial terapêutico do tratamento experimental testado, através da análise da taxa de encerramento das úlceras e duração da cicatrização das mesmas, estado da circulação sanguínea nos membros tratados, taxa de hospitalização e amputação, e mortalidade aos 3 anos após o tratamento experimental. Um mês e meio após o tratamento experimental, das 15 feridas crónicas avaliadas, 14 tinham cicatrizado na totalidade e uma encerrou em mais de 95% da área da lesão. Também a severidade das feridas diminuiu notavelmente, mês e meio após o tratamento experimental, comparativamente ao seu estado inicial. Apesar do estudo não ter incluído grupo controlo, este resultado é significativo, uma vez que os mesmos doentes tinham sido anteriormente tratados de forma convencional durante mais de seis semanas, sem sucesso no encerramento das úlceras.

Para além disso, os sintomas da doença arterial periférica foram significativamente aliviados, bem como a dor nos membros inferiores. Contudo, a análise ao estado dos vasos sanguíneos não mostrou evidências de melhoria na obstrução dos principais vasos dos membros tratados. Apesar disso, os resultados são favoráveis à administração de células estaminais do tecido do cordão umbilical, pelo seu efeito positivo na cicatrização das feridas e alívio da dor.

O reaparecimento de úlceras do pé diabético é comum, sendo a probabilidade de recorrência de 40%, a um ano, e de 65%, a três anos. Neste estudo, apenas um participante (7%) precisou de ser novamente hospitalizado, um ano após o tratamento experimental, devido ao ressurgimento deste problema. Três anos após o tratamento experimental, 36% dos doentes necessitaram de nova hospitalização por este motivo. Durante o período de acompanhamento de três anos, nenhum dos doentes teve necessidade de amputação.

Tendo em conta os resultados positivos deste estudo, tanto a nível de segurança, como de potencial benefício terapêutico, os autores referem que um ensaio clínico mais alargado, incluindo um maior número de doentes, poderá permitir avaliar a eficácia das células estaminais do tecido do cordão umbilical no tratamento de feridas do pé diabético, bem como explorar os mecanismos subjacentes ao seu efeito terapêutico.

 

Referência

Zhang C, et al. Topical and intravenous administration of human umbilical cord mesenchymal stem cells in patients with diabetic foot ulcer and peripheral arterial disease: a phase I pilot study with a 3-year follow-up. Stem Cell Res Ther. 2022. 13(1):451.

 

Saiba mais sobre as Células Estaminais no site da Crioestaminal e aqui.