Os campos marcados com * são obrigatórios.

PREENCHA OS SEUS DADOS E RECEBA UM DOSSIER INFORMATIVO, SOBRE CÉLULAS ESTAMINAIS, NO SEU EMAIL


Os campos marcados com * são obrigatórios.

PREENCHA OS SEUS DADOS

Os campos marcados com * são obrigatórios.

Voltar

Células estaminais do cordão umbilical eficazes no tratamento de doença ocular

A retinite pigmentosa é uma doença ocular de origem genética, habitualmente diagnosticada em adolescentes e adultos jovens, que conduz a uma perda progressiva da visão. Estima-se que afete uma em cada 4 mil pessoas na Europa e mais de um milhão em todo o mundo. Os sintomas começam tipicamente com uma diminuição da visão noturna, geralmente ainda na infância, seguida da perda progressiva de campo visual, inicialmente com perda de visão periférica e depois da visão central, conduzindo eventualmente à cegueira. Esta doença resulta de um processo de degeneração da retina, que é a estrutura do olho responsável por captar as imagens, que são depois transmitidas ao cérebro através do nervo ótico.
A retinite pigmentosa não tem cura e dispõe, atualmente, de poucas opções terapêuticas capazes de abrandar sua progressão. Dada a necessidade de encontrar novas formas de abordar este problema têm surgido estratégias inovadoras, como a utilização de células estaminais mesenquimais (MSC, do inglês Mesenchymal Stem Cells), atualmente em avaliação em ensaios clínicos.

Visão melhorada após tratamento com células do tecido do cordão umbilical

Um estudo, recentemente publicado na revista científica Stem Cell Research & Therapy, utilizou MSC para tratar doentes com retinite pigmentosa, tendo apresentado resultados muito promissores. As MSC podem ser obtidas a partir de várias fontes, como o tecido do cordão umbilical, a medula óssea, a placenta, a polpa dentária e o líquido amniótico. Os autores, consideram, no entanto, que as MSC extraídas do tecido do cordão umbilical são as mais adequadas para aplicação clínica no contexto de retinite pigmentosa, devido à facilidade de obtenção, rápida proliferação em laboratório, compatibilidade, segurança, potencial imunomodulador, bem como pela semelhança com o epitélio pigmentar da retina.
Neste ensaio clínico de fase 3 participaram 32 doentes com retinite pigmentosa, entre os 18 e os 58 anos de idade. O tratamento experimental consistiu na aplicação de células estaminais mesenquimais num dos olhos de cada doente. Seguidamente, os investigadores procuraram comparar, para cada doente, a evolução da visão do olho tratado com células estaminais comparativamente ao não tratado, através da medição de vários parâmetros antes do tratamento experimental e 1, 2, 3 e 6 meses depois. Contrariamente aos olhos não tratados, em que os parâmetros medidos não mostraram alterações significativas ao longo dos 6 meses de seguimento, nos olhos tratados com células estaminais, os mesmos parâmetros, nomeadamente a acuidade visual, o campo visual e a espessura da retina, melhoraram significativamente. Os investigadores concluíram, assim, que o método testado é eficaz na melhoria da visão de doentes com retinite pigmentosa. O procedimento adotado foi seguro, não se tendo observado efeitos adversos decorrentes do tratamento durante os 6 meses de seguimento dos participantes.
Os autores relembram que, apesar dos bons resultados obtidos neste estudo, é importante fazer um seguimento a longo-prazo destes doentes, para garantir a segurança do tratamento e determinar qual a frequência ótima da sua aplicação.
 
Referências:
Özmert E e Arslan U. Management of retinitis pigmentosa by Wharton’s jelly derived mesenchymal stem cells: preliminary clinical results. Stem Cell Res Ther. 2020. 11(1):25.
Rodrigues PDAF. Retinopatia Pigmentar. Dissertação de Mestrado em Medicina. Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar – Universidade do Porto. 2016. Acedido a 26 de março de 2020 no website https://repositorio-aberto.up.pt/.
https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/oftalmologia/retinite-pigmentosa/