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Células estaminais do cordão umbilical promovem regeneração dos discos da coluna vertebral

A dor lombar é atualmente a principal causa de incapacidade a nível mundial, com enorme impacto social e económico. Em Portugal, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, ascende a mais de 3 milhões o número de pessoas que atualmente sofre de dor lombar ou outros problemas crónicos das costas. Uma das principais causas de dor lombar é a doença degenerativa dos discos intervertebrais, que pode levar ao aparecimento de outros problemas na coluna vertebral, como hérnias discais e osteoartrite. Os discos intervertebrais são estruturas arredondadas situadas entre as vértebras, que servem como elemento de ligação entre as mesmas, e de absorção de choques mecânicos, permitindo a flexibilidade e movimento da coluna vertebral. Uma vez que os tratamentos conservadores e cirúrgicos atualmente disponíveis para tratar este problema se destinam ao alívio dos sintomas, há uma grande necessidade de encontrar soluções que permitam regenerar os discos intervertebrais danificados ou impedir a progressão do seu desgaste. A terapia celular para este propósito tem vindo a ganhar um interesse crescente na última década, com as células estaminais mesenquimais (MSC, de Mesenchymal Stem Cells) a demonstrar um potencial terapêutico promissor. Há, no entanto, desafios que é necessário ultrapassar para desenvolver um método de tratamento eficaz, com impacto significativo na qualidade de vida destes doentes. Um dos desafios prende-se com a sobrevivência das células transplantadas, uma vez que, nos discos em degeneração, se gera um ambiente hostil, caracterizado por inflamação e baixos níveis de glucose, oxigénio e nutrientes. Para ultrapassar esta questão, têm sido testados vários tipos de materiais biocompatíveis, capazes de proteger e reter as células no local da lesão, de forma a que estas possam aí exercer o seu efeito terapêutico.
Células estaminais mesenquimais promovem regeneração dos discos intervertebrais em modelo animal
Um estudo recente permitiu, mais uma vez, confirmar o potencial das células estaminais no tratamento de patologias associadas ao desgaste dos discos intervertebrais. Publicado na revista científica International Journal of Molecular Sciences, o estudo pretendeu avaliar a eficácia do tratamento da degenerescência dos discos intervertebrais usando MSC do tecido do cordão umbilical, combinadas com um material biocompatível e biodegradável à base de ácido hialurónico e metilcelulose (HAMC), anteriormente testado em modelos animais de lesões na espinal medula e AVC. Comparativamente a MSC de outras fontes, as MSC do cordão umbilical foram consideradas as ideais para aplicação, nomeadamente por serem imunomoduladoras e hipoimunogénicas. Nas experiências realizadas em ratos com lesão no disco intervertebral da cauda, foram comparados 4 grupos, sujeitos a diferentes tratamentos: solução salina; HAMC; MSC do tecido do cordão umbilical; e MSC do tecido do cordão umbilical combinadas com HAMC. Após a análise dos resultados, observou-se que a injeção de MSC em HAMC ajuda a recuperar a hidratação e estrutura dos discos danificados. Os autores verificaram ainda que este tratamento promove a preservação da composição interna normal dos discos intervertebrais, nomeadamente ao nível do colagénio tipo 2, e suprime a inflamação e a atividade de enzimas envolvidas no processo de degeneração dos discos. A aplicação das MSC em HAMC mostrou resultados superiores aos da injeção direta de células estaminais sem este suporte, demonstrando a importância do uso deste biomaterial.
A degenerescência dos discos intervertebrais é, muitas vezes, causadora de dores lombares, cujo tratamento atual visa apenas o alívio dos sintomas. Estratégias inovadoras, baseadas na injeção de células estaminais combinadas com biomateriais, estão a ser desenvolvidas, sendo necessária a realização de mais estudos em modelo animal, antes de se poder testar a sua aplicabilidade em humanos.
 
Referências:
Choi UY, et al. An Injectable Hyaluronan-Methylcellulose (HAMC) Hydrogel Combined with Wharton’s Jelly-Derived Mesenchymal Stromal Cells (WJ-MSCs) Promotes Degenerative Disc Repair. Int J Mol Sci. 2020. 21(19):E7391.
https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_indicadores&indOcorrCod=0010207&contexto=bd&selTab=tab2, acedido a 22 de outubro, 2020.