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Células estaminais mesenquimais com potencial para tratar glioblastoma

Um artigo publicado na revista científica Investigational New Drugs1 analisa o potencial das células estaminais mesenquimais como uma possível nova abordagem terapêutica para o tratamento do glioblastoma, uma forma altamente agressiva de tumor que pode ocorrer no cérebro ou na medula espinhal. O glioblastoma é um tumor maligno primário do sistema nervoso central responsável pela maioria das mortes entre os doentes com tumores cerebrais primários. Trata-se de um tumor altamente invasivo.
O Glioblastoma Multiforme, ou simplesmente glioblastoma, é o tumor primário mais comum e mais letal do sistema nervoso central, com uma taxa de sobrevivência aos 5 anos de apenas 7,2% nos EUA. A baixa sobrevivência associada a este tumor pode dever-se aos maus resultados do tratamento adotado. O plano de tratamento standard do glioblastoma consiste na ressecção cirúrgica do tumor, se tal for uma opção viável, juntamente com radioterapia e quimioterapia. Embora a ressecção cirúrgica possa ser opção em alguns casos, ela pode ser ineficaz devido à natureza altamente infiltrativa do glioblastoma, à elevada taxa de migração do tumor primário e à produção de numerosos tumores microssatélites secundários. Também a quimioterapia se pode revelar ineficaz por vários motivos. Torna-se, por isso, necessário ampliar o leque de agentes antitumorais e desenvolver novas modalidades terapêuticas para o glioblastoma. Nos últimos anos têm sido investigadas novas abordagens terapêuticas que consigam controlar o crescimento e reduzir o tamanho dos tumores.

Uma dessas abordagens baseia-se na utilização de células estaminais mesenquimais. Estas células estaminais multipotentes, que podem ser obtidas a partir do tecido adiposo, da medula óssea e do tecido do cordão umbilical, têm características que as tornam atrativas para o tratamento de tumores.
CÉLULAS ESTAMINAIS MESENQUIMAIS: “CAVALO DE TROIA” PARAR LEVAR AGENTES TERAPÊUTICOS AOS TUMORES
As células estaminais mesenquimais podem diferenciar-se em vários tipos de células, têm capacidade imunomoduladora, e conseguem migrar e integrar-se em tecidos tumorais. Os autores do artigo acima referido propõem que as células estaminais mesenquimais possam ser usadas como “Cavalo de Troia” para fazer chegar agentes terapêuticos diretamente às células do glioblastoma. O artigo científico faz a revisão de vários estudos pré-clínicos e clínicos sobre o uso de células estaminais mesenquimais na terapia do glioblastoma e destaca as potenciais vantagens dessa abordagem. As células estaminais mesenquimais podem ser facilmente isoladas e expandidas em cultura e como têm baixa imunogenicidade (i.e., baixa capacidade de desencadear uma resposta do sistema imunitário) são adequadas para utilização alogénica (em que o doente recebe células de um dador). Além disso, as células estaminais mesenquimais demonstraram possuir propriedades anti inflamatórias e imunomoduladoras, o que pode ajudar a reduzir a resposta imune e a inflamação associadas ao glioblastoma. Os autores propõem várias estratégias para usar este tipo de células estaminais na terapia do glioblastoma que incluem utilizá-las de modo direto (modificadas ou não) ou como veículos de entrega de agentes terapêuticos (fármacos antitumorais, terapia génica, entre outros) que conseguem levar a terapia diretamente às células do tumor. Este artigo de revisão sugere que as células estaminais mesenquimais têm grande potencial para constituir uma nova abordagem terapêutica para o tratamento do glioblastoma. No entanto, são necessários mais estudos que permitam ter um maior conhecimento acerca da segurança e eficácia desta abordagem para que possa ser usada na prática clínica.

 

Referências
1- Chartouni A., et al. Mesenchymal stem cells: a trojan horse to treat glioblastoma. Invest New Drugs 41, 240–250 (2023). https://doi.org/10.1007/s10637-023-01352-9.
2- https://grupooncoclinicas.com/tudo-sobre-o-cancer/tipos-de-cancer/glioblastoma, acedido em 14 de junho de 2023