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Células estaminais na prevenção de problemas neurológicos resultantes de radioterapia

Um estudo inovador, realizado em Espanha, demonstrou que é possível minimizar as lesões cerebrais provocadas pela radioterapia usando células estaminais mesenquimais do tecido adiposo (gordura). O intuito do estudo agora publicado, realizado em modelo animal, é encontrar uma solução para os doentes com tumores cerebrais que, após realizarem radioterapia para eliminação das células tumorais, acabam por sofrer danos neurológicos irreparáveis.
Durante a última década, o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes no combate ao cancro tem vindo a aumentar a esperança de vida dos doentes oncológicos. No entanto, estes tratamentos apresentam frequentemente efeitos secundários, que acabam por comprometer a qualidade de vida dos doentes de forma permanente. A radioterapia utilizada para erradicar tumores cerebrais provoca – através de vários mecanismos, entre os quais a inflamação e morte neuronal – danos neurológicos, que podem resultar em dificuldades de memória, aprendizagem, linguagem, atenção, coordenação motora e declínio intelectual global. Este problema, atualmente sem solução, poderá vir a ser, pelo menos em parte, resolvido recorrendo a terapia com células estaminais mesenquimais. Estas possuem importantes propriedades anti-inflamatórias e regenerativas, cuja aplicação terapêutica está já a ser explorada em várias doenças, com resultados promissores.
Células estaminais previnem declínio cognitivo decorrente de radioterapia
De forma a avaliar se as células estaminais mesenquimais poderiam prevenir os danos neurológicos provocados por radioterapia, os autores do estudo agora publicado compararam três grupos de animais com tumores cerebrais: os que receberam radioterapia; os que receberam radioterapia e células estaminais; e os que receberam placebo (grupo controlo). Demonstrou-se que as células, administradas por via intranasal (pelo nariz), chegaram ao cérebro dos animais, que foram, seguidamente, sujeitos a um conjunto de testes comportamentais. Nos vários testes realizados para avaliar a coordenação motora, força muscular, olfato e capacidade cognitiva, observou-se que os animais tratados com células estaminais tiveram uma performance superior aos que não receberam células, o que indica que as células estaminais mesenquimais do tecido adiposo foram eficazes na prevenção de lesões neurológicas induzidas pela radioterapia.
Na sua publicação na revista científica Frontiers in Cellular Neuroscience, os autores referem ainda que os resultados sugerem que estas células estaminais ajudam a suprimir a inflamação e a morte de neurónios após radioterapia, o que pode estar na base da recuperação neurológica observada nos animais testados, e sublinham que é necessária a realização de mais estudos para melhor compreender os mecanismos envolvidos. Defendem que a administração intranasal é uma forma prática e minimamente invasiva de fazer chegar células diretamente ao cérebro, num curto espaço de tempo e de forma disseminada por todo o cérebro, de forma a poderem aí exercer o seu efeito terapêutico.
Em suma, este estudo demonstra que as células estaminais mesenquimais do tecido adiposo são capazes de minimizar os danos neurológicos provocados pela radioterapia em modelo animal, constituindo uma base para a realização de ensaios clínicos que testem esta metodologia em doentes oncológicos, com vista à melhoria da sua qualidade de vida.
Referência:
Soria B, et al. Human Mesenchymal Stem Cells Prevent Neurological Complications of Radiotherapy. Front Cell Neurosci. 2019. 16;13:204.