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Medicamento experimental desenvolvido pela Crioestaminal apresenta potencial para o tratamento de esclerose sistémica

A esclerose sistémica é uma doença rara que afeta pessoas de todas as etnias em várias regiões do mundo, tem um pico de incidência entre os 25 e os 55 anos e atinge mais frequentemente o sexo feminino. Embora a exposição a certos medicamentos, agentes químicos e infeciosos tenha já sido relacionada com o desenvolvimento desta doença, a sua causa permanece desconhecida. Pensa-se que também fatores genéticos influenciem a suscetibilidade e expressão da doença. Na esclerose sistémica há uma desregulação do sistema imunitário, com produção de anticorpos contra estruturas do próprio organismo (autoanticorpos), sendo por isso classificada como uma doença autoimune. Trata‑se de uma doença sistémica, inflamatória, crónica, que se carateriza por inflamação e fibrose dos tecidos e alterações dos vasos sanguíneos, afetando vários órgãos, sobretudo a pele, o trato gastrointestinal, os pulmões, os rins e o coração. Presentemente não há nenhum medicamento que trate todas as manifestações da doença e, em regra, o tratamento é baseado nos sintomas e manifestações de cada doente, sendo frequentemente dirigido a cada órgão envolvido. São ainda utilizados medicamentos para diminuir ou controlar a atividade do sistema imunitário (imunossupressores). A utilização terapêutica das células estaminais mesenquimais (MSCs), pela sua capacidade de regular a atividade do sistema imunitário (ação imunomoduladora), ações antifibrótica e pró-angiogénica, constitui uma abordagem inovadora para o tratamento da esclerose sistémica. A terapia baseada em MSCs pode ser particularmente útil para doentes com esclerose sistémica com um curso agressivo ou que não respondam às terapias imunomoduladoras convencionais. As MSCs podem ser obtidas a partir de vários tecidos, como a medula óssea, o tecido adiposo e o tecido do cordão umbilical. Pelo facto de se tratar de um tecido neonatal, ser obtido através de uma colheita não invasiva e que de outro modo seria descartado, o tecido do cordão umbilical é uma fonte particularmente interessante de MSCs.

CÉLULAS ESTAMINAIS MESENQUIMAIS DO TECIDO DO CORDÃO UMBILICAL REGULAM ATIVIDADE DE CÉLULAS DO SISTEMA IMUNITÁRIO DE DOENTES COM ESCLEROSE SISTÉMICA

Para melhor entender o efeito das MSCs, e especificamente de MSCs derivadas do tecido do cordão umbilical, em células do sistema imunitário (células T) de doentes com esclerose sistémica, um grupo de investigação do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, liderado pelo Dr. Artur Paiva, desenvolveu um estudo em que células do sangue periférico de indivíduos saudáveis e de doentes com esclerose sistémica foram cultivadas na ausência/presença de MSCs do tecido do cordão umbilical e na ausência/presença de agentes estimuladores de células T. O estudo focou-se em entender como a presença de MSCs do tecido do cordão umbilical afeta as células T. Para este propósito foi utilizado o SLCTmsc02, um medicamento experimental de terapia avançada baseado em MSCs derivadas do tecido do cordão umbilical desenvolvido e fabricado pela Stemlab S.A. (Crioestaminal). Considerando o enorme potencial terapêutico já demonstrado pelas MSCs do tecido do cordão umbilical, a Crioestaminal desenvolveu, no âmbito dos seus projetos de investigação, o SLCTmsc02, para o qual já obteve autorização de fabrico do Infarmed, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde. Os resultados do estudo desenvolvido pelo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra validam o potencial do SLCTmsc02 como uma terapia inovadora para doentes com esclerose sistémica e justificam a realização de mais estudos que visem o desenvolvimento pré‑clínico e clínico deste produto baseado em MSCs do tecido do cordão umbilical.

 

Referências
– Laranjeira P, et al. Umbilical-Cord-Derived Mesenchymal Stromal Cells Modulate 26 Out of 41 T Cell Subsets from Systemic Sclerosis Patients. Biomedicines. 2023; 11(5):1329. https://doi.org/10.3390/biomedicines11051329
https://spreumatologia.pt/esclerose-sistemica/, acedido a 04 de maio de 2023.