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Perda de visão por glaucoma pode ser evitada com aplicação de células estaminais do cordão umbilical, revela novo estudo

O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível a nível mundial, estimando-se que afete sete milhões de pessoas, só na Europa. Trata-se de uma doença ocular caracterizada pela perda progressiva das células do nervo ótico, responsáveis por transmitir a informação visual ao cérebro.

Na maioria dos casos, o glaucoma está relacionado com o aumento da pressão intraocular, que não é dolorosa nem percetível pelo doente, podendo passar despercebida durante muitos anos, até este começar a notar alterações na visão. A primeira a ser afetada é a visão periférica, podendo a situação progredir para perda de visão central e cegueira total.

Embora haja tratamentos (farmacológicos, com laser ou cirurgia) disponíveis para o tratamento de glaucoma, estes são incapazes de permitir a recuperação da visão já perdida. No âmbito da medicina regenerativa, estão a ser investigadas estratégias inovadoras que pretendem utilizar células estaminais para impedir a degeneração ou mesmo promover a regeneração do nervo ótico em contexto de glaucoma. Um estudo, recentemente publicado na revista Stem Cells International, reportou resultados favoráveis da aplicação de células estaminais do tecido do cordão umbilical num modelo animal desta doença.

Células do cordão umbilical protegem contra degeneração do nervo ótico em modelo de glaucoma

Para o estudo foi utilizado um modelo animal de glaucoma, que apresentava pressão intraocular elevada, com subsequente lesão na retina e perda de células do nervo ótico. A um grupo de animais foi administrado o tratamento experimental, composto por células estaminais do tecido do cordão umbilical, e ao grupo controlo foi administrada solução salina.

Uma das experiências efetuadas visou determinar a sobrevivência e a mobilidade das células estaminais após aplicação direta no olho. Para isso, as células foram marcadas com fluorescência previamente à sua aplicação, de forma a ser possível rastrear a sua localização ao longo do tempo. Os resultados revelaram que as células estaminais do cordão umbilical, após aplicação no olho, são capazes de migrar para a zona lesada e sobreviver durante pelo menos dois meses.

Estes dados são de extrema relevância no âmbito da translação desta tecnologia para a prática clínica, sugerindo que estas células sobrevivem tempo suficiente para exercerem um efeito terapêutico, e que são capazes de se dirigir para o local da lesão, onde são mais necessárias. Os investigadores verificaram, ainda, que as células estaminais do tecido do cordão umbilical exercem um efeito protetor contra danos na retina causados por pressão intraocular elevada, tendo a sua administração estado associada a uma menor perda de células do nervo ótico, comparativamente ao grupo controlo.

Nesta publicação, os autores referem que as células estaminais do tecido do cordão umbilical, escolhidas para a realização deste estudo, possuem características singulares, que as tornam atrativas para aplicação clínica, nomeadamente a facilidade com que é possível colhê-las após o parto, de forma não invasiva e totalmente indolor, e pela facilidade de multiplicação em laboratório, de forma a gerar maior número de células. Os resultados obtidos evidenciam o potencial destas células no âmbito do desenvolvimento de estratégias terapêuticas inovadoras para o tratamento de glaucoma, podendo vir a tornar-se uma mais-valia para estes doentes.

Referências:

Wang Y, et al. Human Umbilical Cord-Mesenchymal Stem Cells Survive and Migrate within the Vitreous Cavity and Ameliorate Retinal Damage in a Novel Rat Model of Chronic Glaucoma. Stem Cells Int. 2021. 2021:8852517. 

https://www.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2017/01/RRH-Oftalmologia-1.pdf, acedido a 23 de novembro de 2021.

 

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