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Jovem com queimaduras graves tratado com sucesso usando células estaminais

No Canadá, um jovem de cerca de 25 anos foi tratado com células estaminais, após ter sofrido queimaduras graves em 70% do corpo, durante um incêndio doméstico. O tratamento foi bem‑sucedido, com encerramento completo de todas as feridas.
Apesar de há mais de 30 anos se investigar a utilização de células cultivadas em laboratório para o tratamento de queimaduras graves, a utilização de células estaminais neste contexto constitui ainda um desafio e uma área de intensa investigação científica. Atualmente, as células estaminais mesenquimais do cordão umbilical estão a ser estudadas para potencial utilização terapêutica em queimaduras graves. Para além de serem obtidas de forma simples e não invasiva, estas células são facilmente mantidas em cultura em laboratório e, uma vez administradas, têm a capacidade de migrar para o local da lesão, fornecendo suporte às células estaminais existentes no organismo. São, ainda, capazes de regular o sistema imunitário, controlar infeções microbianas e melhorar o processo de cicatrização. Os ensaios clínicos realizados até ao momento atestam a segurança da utilização destas células, sem ocorrência de efeitos adversos a longo-prazo.

Doente com queimaduras em 70% do corpo tratado com células estaminais

Um artigo, agora publicado na revista científica Stem Cell Research & Therapy, descreve o tratamento de um jovem com cerca de 25 anos que, durante um incêndio doméstico, sofreu queimaduras, maioritariamente de 3º grau, em 70% da superfície corporal. Para controlo inicial do quadro clínico, foi submetido a mais de 15 cirurgias, incluindo a aplicação de enxertos de pele. No entanto, passado um ano e meio, mais de um terço das feridas permaneciam abertas e severamente infetadas. Nessa altura, o doente foi transferido para um centro especializado em queimados, onde foram novamente tentados enxertos de pele, sem sucesso. A maioria das feridas continuava aberta e infetada, sem sinais de regeneração, particularmente na região das costas e nádegas. Tendo-se concluído que os tratamentos convencionais não iriam resultar num desfecho favorável, foi proposto à comissão de ética do centro médico um tratamento experimental com células estaminais mesenquimais obtidas a partir de cordão umbilical. Este tratamento foi aprovado e, numa primeira fase, as células estaminais foram aplicadas sobre as feridas, que foram seguidamente tapadas com enxertos de pele, para proteger temporariamente a zona tratada. Três semanas depois, cerca de metade das feridas estavam já encerradas, tendo as áreas infetadas também diminuído significativamente. Numa segunda fase, foram administradas células estaminais através de injeções subcutâneas, o que reduziu as feridas abertas para apenas um sétimo. Em conjunto com outras estratégias para promover o encerramento das feridas, observou-se, dois meses após o segundo tratamento com células estaminas, que mais de 97% das feridas estavam já encerradas, tendo sido realizado um último enxerto de pele para finalmente fechar as restantes. Praticamente 2 anos após o incidente e 4 meses e meio após o primeiro tratamento com células estaminais, o doente teve alta, com todas as feridas completamente encerradas. Seis anos depois, o doente encontrava-se de boa saúde, tendo-se observado que as zonas tratadas com células estaminais tinham cicatrizado bem. Os autores atribuem o sucesso deste tratamento às propriedades das células estaminais mesenquimais, que acreditam terem potencial para mitigar infeções bacterianas, bem como acelerar a regeneração da pele.
Este tratamento experimental, realizado no Canadá, é um exemplo de como a utilização de células estaminais do cordão umbilical pode ter um papel fulcral no tratamento de casos complicados de queimaduras graves, levando a um desfecho positivo para os doentes.

Referências:
Kita K, et al. Isolation and characterization of mesenchymal stem cells from the sub-amniotic human umbilical cord lining membrane. Stem Cells Dev. 2010. 19(4):491-502.
Jeschke MG, et al. Allogeneic mesenchymal stem cells for treatment of severe burn injury. Stem Cell Res Ther. 2019 Nov 21;10(1):337.