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Segurança e eficácia de tratamentos baseados em Células Estaminais Mesenquimais em doentes com AVC

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda maior causa de morte no mundo e a principal causa de morte e incapacidade em Portugal. O AVC pode ser de origem isquémica ou hemorrágica: o AVC isquémico é desencadeado pela interrupção da corrente sanguínea que vai para o cérebro, provocada pela formação de um coágulo; o AVC hemorrágico ocorre pela rutura de um vaso sanguíneo cerebral. Em qualquer dos casos, os principais sintomas incluem desvio da face, falta de força num braço, dormência, visão dupla, dificuldade em falar, falta de coordenação de movimentos e vertigem. Ao nível celular, ocorrem alterações na morfologia dos neurónios e na comunicação entre eles, o que desencadeia uma resposta imunológica necessária à neuroproteção e à diminuição dos efeitos nocivos da doença no cérebro. Existem alguns tratamentos para minimizar os efeitos secundários desta doença, que se baseiam na desobstrução dos vasos, tais como o tratamento intravenoso, que promove a destruição dos coágulos, ou a remoção cirúrgica dos mesmos. Para além disso, há medicamentos que são usados no tratamento e prevenção do AVC: anti-hipertensores, antiagregantes plaquetários e anticoagulantes. Apesar das opções terapêuticas existentes, estas ainda são limitadas e resultam apenas quando realizadas num curto intervalo de tempo após os primeiros sinais/sintomas da doença, havendo, por isso, necessidade de encontrar novos tratamentos para o AVC. 1,2 

PAPEL DAS CÉLULAS ESTAMINAIS MESENQUIMAIS NO TRATAMENTO DO AVC

 
Têm sido testados diferentes tipos de células estaminais em doentes com AVC, incluindo as células estaminais mesenquimais (MSC). Estas células, presentes em fontes como a medula óssea, o tecido adiposo e o tecido do cordão umbilical, têm capacidade de se diferenciarem em algumas linhagens celulares e possuem propriedades regenerativas.

Num artigo publicado na revista Frontiers in Stroke3, os autores fazem uma revisão de artigos científicos publicados nos últimos 20 anos acerca da eficácia e da segurança da terapia com MSC em doentes com AVC isquémico. Nos artigos encontrados e avaliados sobre este tema, os autores encontram evidências de que os tratamentos baseados em MSC são benéficos na melhoria dos efeitos decorrentes do AVC: verificam-se melhorias no grau de dependência e na reabilitação dos doentes. No entanto, não foram observadas diferenças significativas nas taxas de mortalidade e de recorrência de AVC entre os doentes tratados com MSC comparativamente aos não tratados com estas células. Esta revisão refere vários estudos que mostram que o tratamento com MSC possui vantagens, associadas à capacidade multipotente e imunorreguladora destas células, bem como à baixa probabilidade de induzirem resposta imunológica. Pensa-se que as MSC podem fornecer neuroprotecção, melhorar a recuperação neurológica e regular a resposta imunológica. Todas estas potencialidades poderão reduzir os danos no cérebro decorrentes de um AVC isquémico, prevenindo o aumento da morte celular e reduzindo o stress oxidativo. Para além disso, as MSC estimulam o crescimento de vasos sanguíneos, aumentando o fluxo de sangue e oxigénio nas áreas lesadas do cérebro. A terapia com MSC parece evidenciar uma melhoria na recuperação funcional e na qualidade de vida de doentes que tenham sofrido um AVC isquémico. Apesar das evidências, os autores destacam a importância da necessidade de mais estudos clínicos, de forma a conhecer melhor o impacto destas células neste contexto.
 
Referências
1 – https://spavc.org/, acedido a 05 de março de 2024
2 – Qin, C., et al., (2022). Signaling pathways involved in ischemic stroke: molecular mechanisms and therapeutic interventions. Signal Transduction and Targeted Therapy, 7(1), 215.
3 – Hassanein, M. E., et al., (2024). Efficacy and safety of intravenous mesenchymal stem cells for ischemic stroke patients, a systematic review and meta-analysis. Frontiers in Stroke, 2: 1339331.