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Tratamento da COVID-19 com células estaminais alcança resultados favoráveis em ensaio clínico

Mais de nove meses após o registo dos primeiros casos de infeção por SARS-CoV-2, a COVID-19 continua a não dar tréguas, tendo já ultrapassado um milhão de mortes, de entre os mais de 33 milhões de casos registados. Apesar de um número significativo de infetados permanecer assintomático ou apresentar apenas sintomas ligeiros, muitos desenvolvem doença grave, que se manifesta com insuficiência respiratória e cardíaca, frequentemente acompanhada de uma sobreativação do sistema imunitário – designada tempestade de citocinas –, com elevação dos níveis de moléculas pro-inflamatórias. Esta reação à infeção por SARS-CoV-2 é muito prejudicial e pode provocar a morte ou deixar sequelas graves a longo-prazo. É, por isso, urgente encontrar soluções eficazes para controlar a atividade do sistema imunitário destes doentes. Uma das abordagens avançadas para atingir este objetivo é a administração de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical, conhecidas pela sua capacidade para regular o sistema imunitário. Foram recentemente divulgados os resultados de um ensaio clínico, realizado na China, com o objetivo de avaliar a segurança desta abordagem terapêutica.

Administração de células estaminais associada a menor incidência de complicações respiratórias

Publicados na revista científica Signal Transduction and Targeted Therapy, os dados confirmam a segurança do procedimento e fornecem evidências, ainda que não conclusivas, sobre a sua eficácia. Entre 27 de janeiro e 30 de março de 2020, dezoito doentes hospitalizados com COVID-19 moderada e severa foram recrutados para participação no estudo. Nove doentes foram alocados ao grupo de tratamento, ao qual foram administradas três infusões de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical, e os restantes nove foram alocados ao grupo controlo, que não recebeu células. Ambos os grupos receberam tratamento standard para a COVID-19. Os dois grupos apresentaram uma distribuição homogénea em termos de sexo, idade e características clínicas dos participantes, tendo sido incluídos, em cada grupo, 5 participantes com doença moderada e 4 com doença severa.
O tratamento foi considerado seguro e bem tolerado, sem registo de reações adversas graves decorrentes da infusão de células estaminais do cordão umbilical. Todos os participantes no estudo recuperaram da infeção e tiveram alta durante o período de seguimento, não se tendo observado diferenças na duração da hospitalização entre os doentes dos dois grupos. Embora o pequeno número de participantes não permita tirar conclusões relativamente à eficácia, a administração de células estaminais mesenquimais do cordão umbilical esteve associada a uma menor incidência de complicações respiratórias nestes doentes. Enquanto que, no grupo controlo, cinco doentes sentiram falta de ar, no grupo de tratamento esse sintoma foi observado em apenas um doente. Para além disso, no grupo de tratamento, verificou-se a necessidade de ventilação mecânica em apenas um doente, ao passo que, no grupo controlo, quatro doentes necessitaram deste tipo de apoio respiratório.
O estudo incluiu, ainda, a monitorização dos níveis de interleucina-6 (IL-6) no sangue, uma molécula pro-inflamatória associada à progressão da COVID-19 para estados graves. Em quatro doentes do grupo de tratamento com valores de IL-6 inicialmente elevados, verificou-se uma diminuição neste parâmetro, três dias após o tratamento, que se manteve estável nos 4 dias seguintes. Notavelmente, o doente com valor de IL-6 inicial mais elevado foi também o que registou a diminuição mais acentuada, sugerindo que esta possa ser a população de doentes com maior potencial para beneficiar desta terapia.
Os resultados favoráveis obtidos neste ensaio de fase 1 motivaram o início de um ensaio clínico de fase 2/3, envolvendo 90 doentes e múltiplos centros de tratamento. Outros ensaios clínicos encontram-se atualmente em curso para avaliar a eficácia da utilização de células estaminais mesenquimais no tratamento de COVID-19 grave e o seu uso compassivo foi já aprovado pela agência reguladora americana FDA.
 
Referências:
Meng F, et al. Human umbilical cord-derived mesenchymal stem cell therapy in patients with COVID-19: a phase 1 clinical trial. Signal Transduct Target Ther. 2020. 5(1):172.