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Vesículas libertadas por células estaminais do cordão umbilical evidenciam potencial para o tratamento de pré-eclâmpsia

Vesículas libertadas por células estaminais do cordão umbilical evidenciam potencial para o tratamento de pré-eclâmpsia

A pré‑eclâmpsia é uma complicação da gravidez, com início após as 20 semanas de gestação, que se manifesta na grávida por um quadro de hipertensão arterial, associado a perda de proteínas na urina (proteinúria) e/ou lesão em vários órgãos, como rins, fígado e cérebro. Esta doença multissistémica, que afeta 5 a 8% das gravidezes, encontra-se entre as principais causas de mortalidade materna, fetal e neonatal e está associada a atraso no crescimento intrauterino e ao nascimento prematuro. O aumento na corrente sanguínea dos níveis de uma proteína com propriedades antiangiogénicas, o fator circulante solúvel análogo da tirosina cinase 1 (sFlt‑1) que leva a uma disfunção do endotélio (i.e., do tecido que reveste os vasos sanguíneos), afetando o funcionamento de vários órgãos, é considerado um biomarcador de pré‑eclâmpsia, podendo ajudar no seu diagnóstico. A prevenção da progressão da pré-eclampsia e o seu tratamento são complexos, sendo, o parto, ou em casos mais severos a sua indução, o único tratamento definitivo. É, por isso, necessário desenvolver estratégias capazes de prevenir a progressão da pré‑eclâmpsia. As células estaminais mesenquimais (MSCs) são células capazes de se diferenciarem em diferentes tipos de células, estando presentes em vários tecidos, como a medula óssea, o tecido adiposo e o tecido do cordão umbilical. Comparativamente às de outras fontes, as MSCs do tecido do cordão umbilical têm ganho especial destaque pela rápida capacidade de autorrenovação e, pelo facto de uma vez criopreservadas, apresentarem disponibilidade imediata para utilização clínica. Estudos comprovam que as MSCs do tecido do cordão umbilical libertam vesículas extracelulares, designadas por exossomas, que contêm uma variedade de moléculas, como material genético e proteínas, que intervêm na comunicação intercelular, podendo ser úteis no tratamento de condições desencadeadas por alterações vasculares. Recentemente, foram publicados, na revista científica European Journal of Medical Research, os resultados de um estudo que teve como objetivo determinar o efeito de exossomas segregados por células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical (Exos‑MSCs‑TCU) em modelo animal de pré‑eclâmpsia. Este estudo foi complementado com ensaios in vitro.

VESÍCULAS LIBERTADAS POR CÉLULAS ESTAMINAIS DO CORDÃO UMBILICAL TÊM EFEITOS BENÉFICOS EM MODELO ANIMAL DE PRÉ‑ECLÂMPSIA

Neste estudo, foi feito o acompanhamento de animais tratados e não tratados com Exos‑MSCs‑TCU, tendo os resultados obtidos sido comparados. O tratamento experimental testado conduziu a uma diminuição da pressão arterial e aumento do tamanho e do peso dos fetos à nascença, em resultado de melhorias nas trocas gasosas e de nutrientes entre as mães e os fetos, que permitiram o desenvolvimento destes. Adicionalmente, verificou-se a reconstituição de uma densa rede de vasos sanguíneos na placenta e um pequeno decréscimo na concentração do fator sFlt‑1 nos animais tratados com Exos‑MSCs-TCU. A análise aos Exos-MSCs-TCU revelou um enriquecimento em proteínas envolvidas na regulação da comunicação, migração e sinalização celulares e angiogénese (formação de novos vasos sanguíneos). Recorrendo a um modelo celular, os autores realizaram, ainda, experiências in vitro, em que procuraram observar os efeitos de Exos‑MSCs‑TCU na disfunção endotelial que ocorre na pré‑eclâmpsia. Os resultados revelaram que os Exos‑MSCs‑TCU tiveram um efeito benéfico sobre o modelo celular usado, melhorando a capacidade de proliferação e de migração celulares. Os autores do estudo sugerem que, pelo seu conteúdo, os Exos‑MSCs‑TCU são capazes de promover a angiogénese, desempenhando um papel benéfico nos resultados obtidos no modelo animal de pré‑eclâmpsia usado. Globalmente, este estudo mostra o potencial dos Exos‑MSCs‑TCU na recuperação da disfunção endotelial que caracteriza a pré‑eclâmpsia, fornecendo evidências que suportam a consideração da sua administração como uma nova abordagem terapêutica para o tratamento da pré‑eclâmpsia.

 

Referência bibliográfica
– Chang, X., et al., (2023). Human umbilical cord mesenchymal stem cell derived exosomes (HUCMSC-exos) recovery soluble fms-like tyrosine kinase-1 (sFlt-1)-induced endothelial dysfunction in preeclampsia. European journal of medical research, 28(1), 277.