Os campos marcados com * são obrigatórios.

PREENCHA OS SEUS DADOS E RECEBA UM DOSSIER INFORMATIVO, SOBRE CÉLULAS ESTAMINAIS, NO SEU EMAIL


Os campos marcados com * são obrigatórios.

PREENCHA OS SEUS DADOS

Os campos marcados com * são obrigatórios.

Voltar

Células estaminais do cordão umbilical melhoram sobrevivência de doentes com cirrose hepática

Estima-se que a doença hepática crónica seja responsável por dois milhões de mortes por ano, em todo o mundo, encontrando-se entre as dez principais causas de morte em Portugal, segundo dados de 2019. Comummente causada pela ingestão continuada de álcool ou pela infeção pelos vírus da hepatite B e C, a doença hepática crónica conduz frequentemente ao desenvolvimento de cirrose hepática, que se caracteriza pela substituição do tecido hepático saudável, por tecido fibroso, semelhante ao de uma cicatriz, incapaz de realizar as funções normais das células do fígado. Para além da diminuição da função hepática, quando descompensada, a cirrose pode provocar hemorragias do trato gastrointestinal, encefalopatia (inflamação do cérebro), icterícia (pele e olhos amarelados), acumulação de fluido na cavidade abdominal, e eventualmente a morte. Nestas situações, as estratégias de tratamento convencionais revelam-se, por vezes, insuficientes para controlar a doença, o que despoletou a procura de alternativas terapêuticas mais eficazes.

Na década passada, a terapia com células estaminais mesenquimais emergiu como uma alternativa inovadora para o tratamento de doenças do fígado em estado avançado, com alguns estudos clínicos a demonstrar benefício da administração destas células em contexto de cirrose e insuficiência hepática. Novos dados, recentemente publicados na revista científica Hepatology International, indicam que células estaminais do tecido do cordão umbilical são capazes de melhorar a função hepática e aumentar a sobrevivência de doentes com cirrose hepática descompensada decorrente da infeção pelo vírus da hepatite B.

REGISTADAS MELHORIAS NA FUNÇÃO HEPÁTICA APÓS TRATAMENTO COM CÉLULAS ESTAMINAIS DO CORDÃO UMBILICAL

O artigo agora publicado diz respeito aos resultados de um ensaio clínico que teve como objetivo compreender os efeitos, a longo-prazo, do tratamento de doentes com cirrose hepática descompensada utilizando células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical. O ensaio clínico, realizado na China, incluiu 111 doentes no grupo controlo tratados recorrendo às abordagens convencionais, e 108 doentes no grupo experimental que, para além do tratamento convencional, receberam três infusões de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical, administradas com quatro semanas de intervalo. A função hepática foi avaliada durante as primeiras 48 semanas, tendo os participantes sido acompanhados durante cerca de 6 anos após o início do estudo.

Os resultados revelaram que o tratamento com células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical esteve associado a melhorias na função hepática durante as primeiras 48 semanas de seguimento. Adicionalmente, a análise dos resultados indica que o tratamento experimental permite melhorar a taxa de sobrevivência entre os 13 e os 75 meses de acompanhamento, sem evidências de efeitos adversos significativos a curto e a longo-prazo. Os autores referem que a melhor taxa de sobrevivência associada ao tratamento com células estaminais poderá dever-se aos efeitos regenerativos, imunomoduladores e anti-inflamatórios destas células, e que os resultados indicam que este benefício só parece tornar-se evidente 13 meses após o tratamento experimental.

De acordo com este estudo, a administração de células estaminais do cordão umbilical é segura e capaz de trazer benefícios aos doentes com cirrose hepática decorrente da infeção pelo vírus da hepatite B. Espera-se que estas conclusões possam ser confirmadas em ensaios clínicos de maior dimensão, envolvendo vários centros de tratamento.

 

Referências:

Shi M, et al. Mesenchymal stem cell therapy in decompensated liver cirrhosis: a long-term follow-up analysis of the randomized controlled clinical trial. Hepatol Int. 2021. 15(6):1431-1441.

Moon AM, et al. Contemporary Epidemiology of Chronic Liver Disease and Cirrhosis. Clin Gastroenterol Hepatol. 2020. 18(12):2650-2666.

https://www.healthdata.org/portugal, acedido a 10 de dezembro de 2021.

https://liverfoundation.org/for-patients/about-the-liver/diseases-of-the-liver/cirrhosis/#information-for-the-newly-diagnosed, acedido a 9 de dezembro de 2021.

 

 

Saiba mais sobre as Células Estaminais do Cordão Umbilical aqui.