Os campos marcados com * são obrigatórios.

PREENCHA OS SEUS DADOS E RECEBA UM DOSSIER INFORMATIVO, SOBRE CÉLULAS ESTAMINAIS, NO SEU EMAIL


Os campos marcados com * são obrigatórios.

PREENCHA OS SEUS DADOS

Os campos marcados com * são obrigatórios.

Voltar

Tratamento inovador à base de vesículas libertadas por células estaminais testado em modelo animal de insuficiência ovárica prematura

Tratamento inovador à base de vesículas libertadas por células estaminais testado em modelo animal de insuficiência ovárica prematura

Dados divulgados pela International Agency for Research and Cancer estimam que em 2020 tenham sido diagnosticados 9.23 milhões de novos casos de cancro em mulheres. Com o desenvolvimento da tecnologia médica, a taxa de sobrevivência a longo prazo dos doentes oncológicos tem aumentado significativamente devido ao recurso a cirurgias e tratamentos, como a quimio e/ou radioterapia, entre outros. A insuficiência ovárica prematura (IOP) é uma condição que afeta a função dos ovários de 1% das mulheres com menos de 40 anos e é caracterizada por alterações menstruais e disfunção hormonal. Entre outras causas, esta doença pode surgir em consequência da utilização de agentes anticancerígenos, como a ciclofosfamida e o bussulfano, que provocam perda de reservas ováricas, o que ocorre em simultâneo com a apoptose de células da granulosa (células cruciais à função ovárica), com a consequente perda de fertilidade. Tem sido recomendada terapia de reposição hormonal para o tratamento de mulheres com IOP induzida por quimioterapia, que, no entanto, não se tem revelado eficaz na melhoria da função reprodutiva. São, assim, necessárias novas terapias para doentes com IOP que tenham sido alvo de tratamento com doses elevadas de quimio e radioterapia.

As células estaminais mesenquimais (MSCs) têm sido reconhecidas devido às suas características únicas, como a capacidade de regulação do sistema imunitário e o seu potencial de diferenciação. Para além disso, libertam vesículas, designadas exossomas, que contêm citocinas e fatores de crescimento que são responsáveis pela comunicação intercelular e regulação homeostática. Tem sido demonstrado que os exossomas reduzem os efeitos induzidos pela quimioterapia, atuando ao nível da inibição da apoptose e da reparação de tecidos danificados. Os exossomas segregados por MSCs do tecido do cordão umbilical (Exos-MSCs-TCU) têm uma função biológica semelhante à das MSCs de que derivam, apresentando, no entanto, atividade biológica in vivo mais estável e sofrendo menor rejeição pelo sistema imunitário, entre outras particularidades, que lhes permitem ter uma ampla perspetiva de aplicação no domínio das terapias baseadas em vesículas e fatores de crescimento libertados por células.

VESÍCULAS LIBERTADAS POR CÉLULAS ESTAMINAIS DO CORDÃO UMBILICAL MELHORAM A FUNÇÃO OVÁRICA EM MODELO DE INSUFICIÊNCIA OVÁRICA PREMATURA

Um estudo publicado na revista científica Frontiers in Endocrinology procurou investigar os efeitos da administração de Exos-MSCs-TCU na função ovárica e fertilidade em modelo animal de IOP. Os animais foram divididos em três grupos: (1) animais saudáveis (grupo controlo), (2) animais com IOP induzida por quimioterapia e (3) animais com IOP induzida por quimioterapia aos quais foram administrados Exos-MSCs-TCU. Ao grupo controlo foi administrada uma solução salina e aos restantes, ciclofosfamida e bussulfano (quimioterapia). O tratamento experimental testado neste estudo (administração de Exos-MSCs-TCU) foi capaz de melhorar a função dos ovários e a capacidade reprodutiva em modelo animal de IOP induzida por quimioterapia, tendo‑se registado um aumento do número de fetos. Para além disso, verificou-se a recuperação gradual do ciclo de estrogénios destes animais, reposição para níveis próximos dos normais de hormonas sexuais, aumento do número de folículos e promoção da proliferação de células da granulosa, acompanhada de diminuição da apoptose destas células ao nível dos folículos. Este estudo mostra que os exossomas libertadas pelas células estaminais do tecido do cordão umbilical são capazes de melhorar a fertilidade em modelo animal de IOP, melhorando o microambiente local do tecido ovárico destes animais através de vias de sinalização envolvidas na regulação imunitária, viabilidade celular, regulação da inflamação, fibrose e metabolismo, sugerindo que poderão vir a ser aplicados no tratamento desta doença num futuro próximo.

 

Referência bibliográfica
Pu, X., et al., 2023. Human UC-MSC-derived exosomes facilitate ovarian renovation in rats with chemotherapy-induced premature ovarian insufficiency. Front. Endocrinol. 14: 1205901, doi.org/10.3389/fendo.2023.1205901
Conheça melhor o potencial das Células Estaminais do Tecido do Cordão Umbilical e consulte o outro artigo sobre as Células estaminais do cordão umbilical eficazes em modelo de insuficiência ovárica prematura.